Título: Preços pelos ares
Autor: Rafael Rosas
Fonte: Jornal do Brasil, 17/01/2006, Economia & Negócios, p. A17

Enquanto tenta evitar a pressão da entressafra da cana-de-açúcar nos preços do álcool e da gasolina em pleno ano eleitoral, o governo não se furta a autorizar aumentos no querosene de aviação (QAV), considerado a grande pedra no sapato nas tabelas de custos da aviação civil brasileira.

Ontem, a Petrobras reajustou o QAV em 3%, o que elevou a alta acumulada nas duas semanas do ano para 10,5%, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). No ano passado, quando seguidos furacões no Golfo do México levaram o barril de petróleo a patamares recordes, o aumento acumulado do QAV no Brasil foi de 8,9%.

Em outubro do ano passado, integrantes do Snea já haviam se reunido com representantes da Petrobras para evitar aumentos sucessivos no preço do combustível, que chega a representar mais de 50% dos custos das companhias menores. Na época, o sindicato buscava reformular a metodologia utilizada pela estatal para definir o preço do QAV. As principais críticas eram ao reajuste quinzenal baseado nos preços do combustível vendido nas refinarias do Golfo do México.