Título: Caixa afirma que documento é ''político''
Autor: Fernando Exman
Fonte: Jornal do Brasil, 19/01/2006, País, p. A3

A Caixa Econômica contestou, em nota divulgada ontem logo após encerrada a reunião da CPI dos Bingos, o relatório parcial do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). ''Lamentavelmente a comissão, ao invés de cumprir seu papel constitucional e a expectativa da sociedade brasileira de investigar de forma isenta os assuntos de que trata, acabará por aprovar peça eminentemente política, dissociada dos fatos exaustivamente investigados pelas autoridades'', diz a nota.

Garibaldi Alves pediu o indiciamento do presidente do banco, Jorge Mattoso, de quatro diretores da instituição e de dois ex-presidentes, Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai.

No documento, ele afirma que a Caixa não tinha controle sobre os serviços prestados pela GTech e sugere a suspensão do contrato entre a instituição e a empresa de tecnologia que controla os serviços de loteria.

No entendimento da Caixa, a CPI ''produz peça política, recheada de premissas e considerações equivocadas'', sem comprovação.

O banco contesta ainda o pedido apresentado por Garibaldi de suspensão, no prazo de 60 dias, do contrato entre a instituição financeira e a GTech: ''De tão absurda, tal proposta não faz qualquer sentido, é inócua, arbitrária e inconstitucional''.

A empresa GTech divulgou nota ontem em que também faz críticas ao relatório parcial da CPI dos Bingos.

''O relatório parcial da CPI dos Bingos baseia-se em suposições, sem comprovar qualquer irregularidade no relacionamento entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal'', declara a diretoria da empresa por meio da nota.

No relatório parcial, o relator da CPI Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) apresentou proposta para que a Caixa suspenda em 60 dias o contrato com a GTech. Justifica que a relação comercial entre as duas empresas ''sempre foi eivada de irregularidades'', porque houve ''ação deliberada'' de administradores do banco para não evitar dependência tecnológica com a empresa, contrariando o interesse público.

Folhapress