Título: Entre o folclórico e o interesse próprio
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 24/01/2006, Brasília, p. D3

Em outubro deste ano, os eleitores de todo o País irão às urnas escolher candidatos para o Legislativo e Executivo. Nas eleições para o Senado, será preciso votar em apenas um candidato e não em dois, como no pleito de 2002. A nove meses do momento de escolher o candidato que ocupará a vaga do senador Valmir Amaral (PTB), o Jornal do Brasil preparou levantamento das 125 propostas apresentadas pela bancada do Distrito Federal no Senado. Os projetos apresentados são variados. Tratam de diversos temas como Educação, Saúde e Justiça. O senador Valmir Amaral sugeriu uma mudança diferente das outras propostas dos colegas de bancada no Senado: substituir o ramo de fumo florido das Armas Nacionais, pela planta da cana-de-açúcar.

O mesmo senador propõe a mudança do nome do aeroporto de São Luís (MA), cujo nome atual é Marechal Cunha Machado, para Dona Kyola Sarney, mãe do colega senador José Sarney.

Dono de empresa de ônibus coletivos, Amaral elaborou um projeto de lei que define o crime de transporte rodoviário irregular de passageiros. Dentro do mesmo tema, o senador propõe que a utilização de catraca eletrônica em ônibus urbanos seja proibida.

Interesse - Empresário do setor de Construção Civil, o senador Paulo Octávio aproveita a experiência na área para elaborar seus projetos. O Programa de Alfabetização e Cidadania na Empresa (Pace) é aplicado nas obras da construtora de mesmo nome do senador desde 1989. A proposta de aplicação do programa em todas as empresas com mais de 100 empregados foi aprovado pelo plenário do Senado e aguarda apreciação na Câmara dos Deputados.

- As empresas devem fazer compromisso de alfabetizar os funcionários, se possível, no ambiente em que trabalham porque assim os trabalhadores ficam mais à vontade e menos envergonhados - afirma o senador.

Condomínios - Outro projeto de Paulo Octávio, que aguarda votação na Câmara, é o que prevê a venda direta de lotes de terrenos da União aos ocupantes de boa-fé. Com o projeto, o senador pretende dar prioridade aos moradores que ocupam os terrenos há mais tempo sem que tenham de participar de licitação.

- Se o governo vende o terreno em licitação pública, o morador pode perder o lote para uma pessoa que não vive lá. O projeto permite que a pessoa compre o imóvel com financiamento de 120 meses sem ter de participar do processo licitatório - argumenta o senador.

Ainda no tema imobiliário, Paulo Octávio propõe que o nome dos corretores de imóveis seja explicitado nas escrituras. Com isso, se evitaria, de acordo com o senador, negócios imobiliários fraudulentos incluindo as grilagens de terra.