Título: Defesa de Delúbio após o mensalão
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 19/01/2006, País, p. A6

Marina Pignataro Sant'Anna é conhecida em círculos políticos de Goiânia como centralizadora. Conduz as ações do partido na cidade com mãos de ferro. Na secretaria de Comunicação - que em algumas administrações não tem nenhum peso político -, Marina dava abrangentes entrevistas sobre o governo de Pedro Wilson. Quando estourou o escândalo do mensalão e vários petistas tinham medo de tocar no nome do ex-tesoureiro Delúbio Soares, Marina defendia abertamente o companheiro. Alegava que não era possível que se levantasse suspeitas contra um dirigente partidário do naipe de Delúbio sem que se reconhecesse o trabalho do companheiro em benefício do PT.

As investigações da CPI dos Correios mostraram que Delúbio era o grande administrador do mensalão. Mesmo assim, continuou a ser tratado como peça-chave na condução do

partido em Goiânia, onde o PT queria que ele continuasse a dar aulas.

Marina era advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT), antes de entrar na vida política e trabalhou muito tempo ao lado dos bispos que defendem a reforma agrária no país. Ela não tem filhos e está no segundo casamento.

Na administração Pedro Wilson, Marina controlou os serviços de divulgação. Responde a duas ações na Justiça de Goiânia por improbidade administrativa. É acusada de superfaturar serviços de gravação de todos os telejornais locais, edição e cópia em fita VHS. Encerrado o governo de Pedro Wilson, Marina continuou fazendo a blindagem do PT em Goiânia. Colecionou ingerências na nova administração, para que não fossem divulgados os resultados das auditorias da administração petista na cidade. Procurada pelo JB, não foi encontrada.

Esclarecimento: O Jornal do Brasil assume inteira responsabilidade pelas reportagens sobre os crimes cometidos por Antônio Marcos Pimenta Neves, ex-diretor de O Estado de S. Paulo, e seus ex-comandados. A direção do jornal optou por não identificar os autores dos textos para preservar sua integridade física. Pimenta Neves continua impune, à solta e costuma andar armado. O JB também informa que e-mails e telefonemas intimidatórios endereçados à redação estão sendo investigados.