Título: Alguns mitos e verdades sobre vitaminas e minerais
Autor: Anne Underwood
Fonte: Jornal do Brasil, 24/01/2006, Saúde & Ciência, p. A12

Cálcio Cientistas vêm observando que o mineral, presente em laticínios, importante para a resistência dos ossos, não funciona sozinho. É necessário que esteja misturado com fósforo e magnésio. Também é preciso vitamina K para formar sua estrutura, de vitamina D, para absorção, e exercício, para estimular as células que formam os ossos.

Juntando esses componentes, se descobre uma possível explicação para o paradoxo. Considerando-se que a maior parte da vitamina D do organismo é absorvida via radiação solar, é lógico que as pessoas que moram próximas a linha do Equador, onde a incidência solar é alta, terão uma maior absorção.

Além de tornar os ossos mais resistentes, o mineral é crucial para a transmissão dos impulsos nervosos e para a manutenção da freqüência cardíaca. Estimula as secreções hormonais e ativa enzimas no organismo, podendo até proteger contra câncer no cólon. São recomendados mil miligramas por dia para adultos, 1.200 para mulheres com mais de 50 anos e 1.300 para adolescentes.

Vitamina D

Pesquisas têm mostrado uma relação cada vez maior entre a vitamina e riscos mais baixos de câncer de cólon, mama, próstata e doenças no ovário. Além disso, altos níveis de vitamina D no organismo deixam as pessoas menos expostas a doenças auto-imunes, como diabetes tipo 1 e esclerose múltipla. Também reduzem a propensão a doenças do coração e melhoram a função pulmonar.

¿ Não sou um médico alternativo maluco que afirma que um nutriente é bom para tudo ¿ afirma o bioquímico Reinhold Vieth da Universidade de Toronto ¿ Mas a vitamina D pode ser boa para tudo ¿ acrescenta.

Além de contribuir para a absorção de cálcio, a vitamina mobiliza e modula o sistema imunológico ¿ o que explica o efeito em doenças auto-imunes, quando as células do próprio organismo se tornam malignas e destroem a si mesmas.

Para conseguir a quantidade ideal de vitamina D, uma sugestão é expor pernas e braços ao sol, por dez minutos, três vezes por semana, no verão.

Ácido graxo Ômega 3

Estudos têm indicado que o ácido graxo ômega 3 beneficia não só o coração mas também uma gama de problemas psiquiátricos e neurológicos, desde de o transtorno bipolar a esquizofrenia, depressão, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade e mal de Alzheimer. Uma parcela de 60% do cérebro é composto de gordura e precisa de ômega 3 para tornar suas funções mais eficientes. Estudos sugerem que o composto, ajude a formar as membranas das células, aumente os níveis de serotonina ( substância relacionada ao prazer) do cérebro e o número de conexões entre os neurônios.

O ômega 3 também pode fazer bem à estrutura óssea. Bruce Watkins, nutricionista da Universidade Purdue, descobriu que o ácido graxo estimula as células ósseas no periósteo (membrana que envolve os ossos).

¿ Chamo de cérebro do osso, porque contém grande quantidade de tecido nervoso e controla grande parte do seu metabolismo ¿ afirma Watkins.

O ácido graxo está presente em nozes, óleo de canola, folhas verdes, frutos do mar e peixes.

Cromo

Pesquisa recente mostrou que o mineral pode ajudar pacientes diabéticos e pré-diabéticos a aumentar sua sensibilidade à insulina, já que aumenta o número e a atividades dos receptores da substância. Uma estimativa da Organização Mundial de Saúde prevês que o número de pessoas com o mal chegue a 300 milhões em 2025. O cromo está envolvido no metabolismo do açúcar no organismo. O mineral é necessário, toda vez que o corpo transporta glicose armazenada.

¿ Em quase todos os estudos onde damos cromo aos pacientes, temos um controle maior de glicose, sendo necessária a utlização de menos insulina ¿ comenta o bioquímico Richard Anderson do Centro de Pesquisa de Nutrição Humana em Beltsville.

Mas para manter os níveis ideais no organismo é preciso diminuir a ingestão do consumo de farinha e açúcar, os carboidratos refinados, que diminuem os níveis do mineral no sangue. É preciso aumentar o consumo de alimentos como brócolis, maçã e cogumelos.

Potássio

O mineral reduz a pressão sanguínea e mesmo que essa diminuição seja de apenas 1% ou 2%, há uma redução do risco de derrame. Também previne a formação de pedras nos rins e arritmias cardíacas. E ainda beneficia os ossos, neutralizando os ácidos da corrente sanguínea, que retira o cálcio dos depósitos da estrutura óssea.

Atualmente se recomenda um consumo de 4.700 miligramas por dia, o que não é tão difícil. Uma xícara de batata doce tem 950 mg, quatro figos contém 540 e uma xícara de melão tem 500 mg. A batata também tem grande quantidade de potássio.

¿ A ingestão de 8 mil mg, um nível ao qual pretendemos chegar, há chances de se conseguir todo o resto necessário ¿ afirma Steven Pratt do San Diego's Scripp Memorial Hospital. Isso inclui se alimentar de fibras e de centenas de substâncias químicas benéficas das plantas, como os componentes do brócolis, que combatem o câncer.