Título: Verticalização muda corrida ao Buriti
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 25/01/2006, Brasília, p. D5

Se Congresso derrubar obrigatoriedade de alianças, PMDB e PSDB ficarão mais próximos de uma coligação no DF

A disputa pela cadeira do governador Joaquim Roriz (PMDB) vai esquentar nos próximos dias. A menos de nove meses para as eleições, o cenário político local entra em uma nova etapa. O primeiro passo para a costura de acordos e coligações deve sair hoje, com a votação, pelo plenário da Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição (PEC 548/02) que põe fim à verticalização das coligações partidárias. A norma obriga os partidos a repetirem nos Estados as alianças feitas no âmbito nacional.

Para que a proposta seja aprovada na Câmara, são necessários 308 votos, denre 513 deputados. Pelos últimos cálculos, esse número deve ser alcançado agora, depois que o PMDB resolveu lançar candidatura própria à Presidência da República. A votação, no entanto, terá um segundo turno. O Senado já aprovou a emenda. Apesar da dificuldade, a queda da verticalização é vista pelos políticos do DF como um fator decisivo para a corrida ao Buriti.

A aprovação da medida alterará a corrida entre os cinco pré-candidatos da esfera governista - o secretário da Agência de Infra-estrutura e Desenvolvimento Urbano Tadeu Filippelli e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa, do PMDB; a vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, do PSDB; o senador Paulo Octávio e o deputado José Roberto Arruda, do PFL. Ficará mais fácil para eles, aliados de Roriz, formarem chapa única.

Alianças - No entanto, a coligação dos três partidos dificilmente ocorrerá, mesmo que não possa ser descartada. A vice governadora, que em abril senta-se no lugar de Roriz e só pode concorrer à reeleição, terá como viabilizar a aliança com o PMDB. O casamento está sendo costurado aos poucos e provocará ciúmes no PFL que também disputa o apoio do governador.

Nesse jogo político, quem mais perderia com uma chapa formada pelo PSDB e PMDB são os pefelistas brasilienses, aliás os que mostram maior resistência a avaliar as novas condições. Embora estejam melhor nas pesquisas de intenção de voto, Arruda e Paulo Octávio têm pela frente uma disputa interna no partido para definir qual é o melhor nome para concorrer ao Buriti.

- É uma bobagem falar de política antes do resultado da votação do projeto da verticalização - avaliou o senador Paulo Octávio.