Título: Brasil perde corrida por investimento
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 24/01/2006, Economia & Negócios, p. A19
Atração de apenas US$ 15,5 bi em recursos do exterior tira país da liderança do ranking latino-americano
O México tirou do Brasil o título de principal destino dos investimentos estrangeiros diretos (IED) na América Latina em 2005. De acordo com dados divulgados ontem pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), os mexicanos receberam US$ 17,2 bilhões no ano passado, enquanto os estrangeiros aportaram por aqui US$ 15,5 bilhões.
Segundo a Unctad, o fluxo de IED no mundo atingiu o total de US$ 897 bilhões no ano passado, aumento de 29% na comparação com o ano anterior. As informações ainda serão revisadas pela instituição este ano.
O Brasil perdeu a liderança entre os latino-americanos devido a uma queda de 15% em relação ao IED de US$ 18,2 bilhões no país em 2004.
O México se beneficiou de uma queda menor, de apenas 4%, em relação aos US$ 17,9 bi que entraram no país no ano passado.
O organismo da ONU estima que a América Latina tenha recebido US$ 72 bilhões em IED no ano passado, aumento de 5% em relação aos US$ 68,9 bilhões de 2004.
O continente, no entanto, registrou o menor crescimento na análise preliminar apresentada ontem pela Unctad. Os US$ 28,9 bilhões recebidos pela África representam uma alta de 55% em relação ao volume de 2004, puxada principalmente pela exploração de petróleo e outros recursos naturais. Na Ásia, o avanço foi de 6%, para US$ 146,2 bilhões.
No total, os países em desenvolvimento receberam US$ 273,5 bilhões em IED em 2005, o maior valor da história. Mas o crescimento de 13% foi inferior ao avanço de 41% registrado em 2004.
O principal destaque entre os emergentes, como esperado, foi a China, que foi inundada com US$ 60,3 bilhões em IED. Apesar de alto, o volume destinado aos chineses se manteve estável em 2005.
Os países desenvolvidos também tiveram um bom resultado em 2005. Depois de quatro anos de queda, o investimento estrangeiro direto nestas nações voltou a crescer no ano passado.
O fluxo para os países ricos, segundo a Unctad, deu um grande salto de 38% e atingiu US$ 573,2 bilhões em 2005, contra US$ 414,7 bilhões no ano anterior.
A economia européia foi a grande responsável pelo saldo positivo nas nações mais ricas. O volume de IED no continente subiu 74% no ano passado, para US$ 449,2 bilhões.
Estados Unidos e Japão também receberam mais investimentos estrangeiros que nos anos anteriores. No primeiro, o volume subiu 11%, para US$ 106 bilhões, enquanto no país asiático o crescimento foi de 21%, para US$ 9,4 bilhões.
Com agências