Título: Otimismo com cautela nas empresas
Autor: Sabrina Lorenzi, Fernanda Rocha e Antônio Furtado
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2006, Economia & Negócios, p. A17

A Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca) divulgou pesquisa apontando otimismo crescente nas expectativas das empresas para o primeiro semestre de 2006, em relação ao segundo semestre de 2005. Das companhias ouvidas, 78% apostam em alta do Produto Interno Bruto (PIB), contra 33% há seis meses. O presidente da entidade, Alfried Plöger, porém, identifica nos resultados certo grau de prudência dos empresários. - As empresas apostam em expansão mas há dúvidas se será elevada. Após um terceiro trimestre péssimo, o quarto também foi decepcionante, apesar do período do Natal.

Nenhum dos entrevistados acredita em alta no desemprego, sendo que 44% esperam expansão do número de vagas, ante 33% em julho passado. As empresas não acreditam em alta dos preços no setor em que atuam, mas 67% delas apostam em demanda aquecida - ante 44% há seis meses, conforme antecipou ontem a coluna Informe Econômico. Segundo Plöger, o dado revela que as empresas ainda têm capacidade ociosa.

Para ele, a atividade econômica não sofrerá impacto com o calendário eleitoral.

- Não existe qualquer temor no mercado em relação às eleições. Os empresários não acreditam em mudanças bruscas nos rumos da economia.

Plöger prevê, ainda, que o número de empresas abrindo capital será superior a 2005.

- É preciso, porém, que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) flexibilize as exigências para empresas menores.