Título: Oferta estimula consumo
Autor: Mariana Carneiro
Fonte: Jornal do Brasil, 29/01/2006, Economia & Negócios, p. A17

Financeira do grupo Itaú, a Taií foi criada no segundo semestre de 2004 e, até o ano passado, havia registrado crescimento de 150%. Ao fim de 2005, eram 133 lojas no Rio e em São Paulo. A IBI, outra novata neste mercado - ligada à C&A - dobrou o número de lojas em 2005. Nada de moda: seu negócio é vender dinheiro à população. Mostrando flexibilidade, as financeiras abocanham aos poucos fatia considerável das operações de empréstimo pessoal. - Este mercado registrou crescimento elevado não apenas pela demanda, mas também a oferta estimulou muito o crédito - avalia o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. - Quando batem na sua porta uma vez, você recusa. Na segunda ainda dá para resistir. Mas se batem três vezes, você já começa a pensar no que pode fazer com o dinheiro.

Não à toa, o número de tomadores de crédito só aumenta. Eunice, à frente da loja da Servicash, comprova que em alguns dias chega a receber até 15 clientes.

É o caso da secretária escolar Rosângela Valderato, de 47 anos. Cansada de tentar sem êxito no banco, Rosângela procurou a financeira Banco Cédula. Quitada a dívida, ela voltou, desta vez à Servicash.

- Aqui é muito mais fácil conseguir dinheiro - repete o mantra do mercado.

Rosângela não pensa em pegar o dinheiro para pagar dívidas, mas, sim, para financiar suas férias.

- Vou parcelar em até quatro meses, um financiamento bem curtinho. Nada que me deixe endividada por muito tempo - conta ela.

A onipresença das financeiras interfere na decisão?

- Claro. Banco é muito cheio de burocracia. Já tinha tentado na minha agência, mas era tudo muito difícil. Mas antes de entrar nessa financeira, pesquisei o preço em outras três - conta.

Para o diretor comercial do Panamericano, Carlos Roberto Vilani, o consumidor tem a ganhar:

- A ampliação do mercado é boa para o consumidor, que hoje encontra taxas mais baixas e um financiamento mais longo. No passado, só existiam prazos de três ou quatro parcelas. Hoje, se pode pegar dinheiro em até 36 vezes - defende.