Título: Ministro nega outro pedido
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/02/2006, País, p. A3

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, concedeu ontem a segunda liminar impedindo a quebra de sigilos telefônico, fiscal e bancário, desta vez do empresário Roberto Kurzweil. Ele alugou dois automóveis - um Omega e um Passat - para o PT durante a campanha eleitoral de 2002. Jobim alega que o pedido de informações feito pelo Supremo não foi atendido pela CPI dos Bingos. Em decisão de janeiro, Jobim proibiu a CPI de quebrar os sigilos do empresário, o que tinha sido aprovado em dezembro pelos parlamentares da Comissão. O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), afirmou que vai respeitar a decisão e reconheceu o erro da Comissão. Nos dias 29 de dezembro e 6 de janeiro, o Supremo encaminhou pedido de informações sobre as bases da quebra do sigilo de Kurzweil e não foi atendido.

Segundo o senador, houve um erro administrativo. Ele disse, ainda, lamentar a atitude do Supremo, mas afirmou não ver ligação entre este caso e o do presidente do Sebrae e amigo de Lula, Paulo Okamotto.

Apesar de reconhecer o erro, Morais achou estranho o parecer do STF porque é missão da CPI investigar e, para isso, precisa dos dados bancários dos supeitos. Morais ameaçou, mais uma vez, prorrogar os prazos da CPI caso sejam mantidas as decisões do STF nos dois casos.