Título: Ações inflam FGTS
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 26/01/2006, Economia & Negócios, p. A17

Quem investiu parte do seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em fundos de ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce só tem motivos para comemorar. Em 2005, foram essas duas carteiras, conhecidas como fundos de privatização, as que mais renderam entre todas as categorias acompanhadas pela InvestNews: o primeiro registrou valorização de 55,3% e o segundo, de 29,3%.

Os resultados se tornam ainda mais vistosos quando o investidor olha para o retorno acumulado em cinco: os fundos Petrobras renderam 457% desde agosto de 2000, quando foram criados; e os da Vale, 496% desde março de 2002. Nos mesmos dois períodos, o rendimento do FGTS ficou em 38,5% e 25,7%. Juntos, os fundos Vale e Petrobras tinham em dezembro patrimônio de R$ 8,5 bilhões - pouco em comparação aos mais de R$ 700 bilhões do setor, mas bastante em se tratando de fundos de ações, categoria que no Brasil não chega a 10% do total da indústria de fundos.

Em terceiro lugar no ranking da InvestNews aparecem os fundos de ações, com rendimento de 23,7% e patrimônio de R$ 14 bilhões; em quarto, aparecem os que também aplicam recursos do FGTS, mas em ações de livre escolha dos gestores, que renderam 23%.

Os fundos multimercados, que aplicam em diversos ativos de renda fixa e variável, também tiveram excelente performance em 2005 - dependendo do tipo e do risco que aceitam correr, ganharam entre 15% e 17%. A escalada dos juros até maio de 2005 ajudou até os mais conservadores a embolsar bons ganhos, correndo pouco ou nenhum risco: fundos DI valorizaram perto de 17% e os de renda fixa, 16%. Ambos reúnem os maiores patrimônios do setor, com R$ 110 bilhões e R$ 105 bilhões, respectivamente.

Até os fundos de curto prazo, com liquidez diária, proporcionaram retornos altos, de 15% no ano. Já as carteiras atreladas ao dólar e ao euro registraram perdas pesadas, entre 9,5% (fundos que aplicam em títulos da dívida externa) e 22,3% (fundos cambiais em euros).

O ano também foi bom para fundos de previdência, como PGBL, VGBL e Fapi - com exceção das carteiras que aplicam exclusivamente em dólar.

Neste segmento, os maiores ganhos foram registrados pelos PGBL compostos (que aplicam em renda fixa e variável), com 17,7%. PGBL e VGBL de renda fixa, os maiores do segmento, renderam em média 16% no ano.