Título: O que pesa contra Duda
Autor: Hugo Marques
Fonte: Jornal do Brasil, 31/01/2006, País, p. A3

Caixa 2 da Dusseldorf: O nome da conta que Duda Mendonça tem na Flórida, Estados Unidos, foi conhecido pelos integrantes da CPI dos Correios no dia 11 de agosto de 2005. Os parlamentares foram surpreendidos pela declaração do publicitário que afirmou que a conta foi utilizada para receber R$ 10,5 milhões de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. O dinheiro foi depositado como pagamento de serviços publicitários prestados por Duda ao PT em 2002. A CPI investiga se o dinheiro de caixa dois também pagou a campanha de Lula. Duda disse que esta era a única conta que possuia no exterior. Movimentações suspeitas: Investigações da CPI dos Correios apontaram que antes de comparecer ao depoimento que fez à comissão, Duda fez movimentações bancárias de R$ 4 milhões. Além de empresas diversas, seu genro foi um dos beneficiados.

Outras contas: Além da Dulsseldorf, Duda teria mais três contas em paraísos fiscais: Nassau, Bahamas e Ilhas Cayman. Segundo reportagem da revista Veja, Duda também teria US$ 1,5 milhão numa conta no Guaranty Trust Bank Limited, nas Bahamas e 4,7 milhões de Euros no JP Morgan das Ilhas Cayman. Em novembro, ele teve uma de suas contas bloqueada. A filha do publicitário, Eduarda Mendonça, tentou sacar todo dinheiro de conta que Duda tem na Flórida, mas foi impedida.

Eleição em Paulínia: Um cheque de R$ 25 mil pago pelo publicitário chamou a atenção da CPI. Ele alegou que o dinheiro foi usado para comprar gado. Os integrantes da comissão suspeitaram do beneficiário do cheque: Edson Moura. Este é o nome do prefeito de Paulínia (SP). O cheque de R$ 25 mil foi emitido por Duda, a partir de sua conta no BankBoston, em outubro de 2000, durante a eleição pela qual Moura se elegeu.