Título: Itália quer 'nova Cruzada'
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Fonte: Jornal do Brasil, 09/02/2006, Internacional, p. A21
ROMA - O ministro italiano para Reformas Institucionais, Roberto Calderoli, reagiu à onda de violência provocada pela publicação das charges de Maomé pedindo o uso da força contra os povos muçulmanos e a intervenção do papa Bento XVI para organizar ''uma nova Cruzada''.
- A situação é grave. Foi desatado um ódio impressionante por parte dos povos muçulmanos. Chegou o momento de tomar medidas em resposta: a estas pessoas, só se derrota com a força - afirmou o ministro, membro da Liga Norte, a coalizão governamental de centro-direita.
Em entrevista ao jornal La Repubblica, Calderoli destacou que ''os islâmicos mudaram de estratégia'':
- Antes usavam só os terroristas, agora movem as massas. Estamos diante de um fanatismo coletivo.
Para o ministro, o papa Bento XVI ''deve intervir, como fizeram Pio V e Inocêncio XI, nos séculos VI e XVII'':
- Na época da guerra de Viena e da guerra de Lepanto (contra os turcos), os Papas substituíram os governos: criaram grandes coalizões para derrotar a emergência islâmica - observou.
O ministro afirmou ainda que os governos europeus e dos Estados Unidos hoje ''estão calados'':
- Estão estranhamente suaves, talvez porque há petróleo envolvido.
Calderoli anunciou que seu partido pedirá a criação de uma consulta contra as discriminações dos cristãos ao Parlamento.
- Os países que discriminam devem ser castigados.
Já o líder talibã Dadullah, ofereceu, de um lugar não identificado, uma recompensa de 100 kg de ouro a quem matar o caricaturista de Maomé. Prometeu doar também 5 kg de ouro a quem matar um soldado dinamarquês, norueguês ou alemão.