Título: Ex-governador evita polêmica e ataca Planalto
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 04/02/2006, País, p. A3

O ex-governador Anthony Garotinho procurou não polemizar com as duras críticas feitas pelo presidente do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia. O paulista desautorizou Garotinho, alegando que apóia o adversário no partido, o governador gaúcho Germano Rigotto. - Fiz reuniões com PMDB e não podia pedir voto para Geraldo Alckmin, José Aníbal, Eduardo Suplicy. Vou pedir voto para ele mesmo, que é candidato do meu partido. Meu candidato é Orestes Quércia - disse.

Garotinho estará em São Paulo de quarta a domingo, fazendo campanha. Ele disse não ter se surpreendido com o apoio de Quércia a Rigotto.

O ex-governador do Rio preferiu centrar fogo no Planalto. Acusou o governo de aliciar governadores do PMDB com liberação de verbas para atuar politicamente contra ele, apoiando Rigotto nas prévias para escolher o candidato.

- O Palácio do Planalto está assediando governadores do PMDB, e isso é antiético. O interlocutor é Jaques Wagner (ministro de Relações Institucionais). Deram R$ 48 milhões para Pernambuco (governado por Jarbas Vasconcelos). É aliciamento, tentativa de comprar o partido. O PMDB não está à venda.

O ministro Jaques Wagner rebateu.

- O ex-governador Garotinho está fazendo uma avaliação errada do PMDB, pois o partido de Ulysses Guimarães jamais deixou ou deixará se cooptar - disse Wagner, acrescentando que Garotinho não conseguiu unir o partido.

Garotinho comentou articulações de governistas em prol da candidatura à reeleição de Lula. Rigotto é visto com simpatia por esta ala do PMDB, que acredita poder convencê-lo a desistir de eventual candidatura.

- Eu não creio que o governador Germano Rigotto se prestaria a uma candidatura barriga de aluguel. Ele é um homem sério e jamais entraria no jogo dos governistas.