Título: Trabalho não falta
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 04/02/2006, País, p. A5

BRASÍLIA - Pelo menos no papel, o Congresso promete ter agenda cheia na próxima semana. Os trabalhos incluem votação do projeto que reduz os gastos das campanhas eleitorais e a discussão na CPI dos Correios sobre a convocação do publicitário Duda Mendonça e do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.

Um novo depoimento de Duda vem sendo discutido pelos parlamentares há alguns dias. A possibilidade de convocação de Dimas surgiu com a investigação da Polícia Federal sobre uma lista que supostamente teria sido elaborada pelo ex-diretor da estatal. A relação aponta para um caixa dois de campanhas envolvendo 156 políticos da base do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Também na Câmara, o Conselho de Ética deve encerrar os processos dos deputados José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), João Magno (PT-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Casa, todos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão.

Já a Comissão Mista do Orçamento deve encerrar a análise de quatro relatórios setoriais com a votação de seus destaques. Só então será possível a votação do Orçamento da União para este ano.

Na semana que vem, uma comissão externa do Congresso vai acompanhar as eleições no Haiti. A consulta está marcada para terça-feira. Após o retorno ao Brasil, os parlamentares também deverão produzir um relatório para ajudar o governo brasileiro a decidir o futuro das tropas que lideram a ''Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti'' .

A comissão é formada pelos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Zico Bronzeado (PT-AC) e pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Roberto Saturnino (PT-RJ). A presença dos parlamentares no Haiti foi requerida pelo líder do PV, deputado Sarney Filho (MA).

- É preciso que o Congresso esteja presente, possa avaliar a situação e contribuir com uma análise e sugestões a respeito do futuro daquele país - disse Sarney Filho.

Zico Bronzeado afirmou que a comissão observará se o processo eleitoral vai ocorrer de forma democrática e atender ao que o povo haitiano anseia. Ele disse que foi contra o envio das tropas de paz brasileiras e que a viagem ao Haiti também servirá, portanto, para ver se os militares estão cumprindo o seu papel.