Título: Convocação rende pouco na Câmara
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 04/02/2006, País, p. A5

BRASÍLIA - Dos 513 deputados, apenas 104 integrantes da Câmara recusaram a ajuda de custo de R$ 25,6 a mais relativa à convocação extraordinária do Congresso. No Senado, só cinco dos 81 senadores abriram mão do dinheiro. A falta de quórum nas sessões de segunda e sexta, no entanto, é mais um capítulo da dificuldade da Casa de trabalhar durante a convocação.

Os trabalhos foram divididos em duas etapas: o primeiro mês, para dar continuidade às investigações das CPIs e do Conselho de Ética; o segundo, para retomar as sessões no plenário. O Conselho de Ética e a CPI dos Bingos, no entanto, optaram por paralisar os trabalhos em dezembro e voltar só em janeiro. A decisão provocou críticas, já que a maioria dos parlamentares não participam das investigações e não devolveram o dinheiro.

O problema de presença, principalmente nas segundas e sextas, não foi resolvido. Com menos de 10% dos deputados presentes, as sessões nesses dias não podem ser realizadas, o que atrasa o trâmite das votações. Apesar disso, a Câmara decidiu pagar a segunda parcela da convocação.

Reagindo à pressão da opinião pública, a Câmara decidiu extinguir a remuneração adicional. Aprovou ainda emenda constitucional reduzindo o recesso parlamentar de 90 para 55 dias.