Título: 26 anos de PT
Autor: Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 13/02/2006, País, p. A5

BRASÍLIA - Em jantar hoje, comemorativo dos 26 anos do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende reiterar que não abre mão de alianças amplas nas eleições de outubro, na mesma linha da vitoriosa campanha de 2002. Para a manutenção da política de alianças, no entanto, o presidente Lula terá de dobrar as alas mais à esquerda do partido, que internamente ganharam força, no rastro do escândalo do mensalão. Na visão do secretário-geral do PT, Raul Pont, a gênese do escândalo esteve nos acordos políticos do partido com o PTB, o PP e o PL, fechados com a anuência do presidente da República.

Para o secretário petista, as alianças devem ser programáticas, sem deslumbramentos com a possibilidade de vitória nas urnas. Em recente entrevista, Pont disse que o preço pago pelas alianças foi mais alto que os supostos benefícios que geraram. Segundo ele, Lula teria sido eleito em 2002 mesmo sem os votos do PL.

A política de alianças do partido para as eleições de outubro será um dos principais temas do grande Encontro Nacional do PT marcado para o final de abril. O tema ''alianças'' sempre foi controverso no partido, que somente permitiu a expansão do leque de apoios a legendas de centro-direita, em 2000, a partir da ascensão do chamado Campo Majoritário, sob o comando do ex-presidente do PT e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.