Título: PFL luta para manter direção de comissões
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 08/02/2006, Brasília, p. D3

Em menos de dez minutos, o primeiro secretário da Câmara Legislativa, deputado Wilson Lima (Prona), abriu e encerrou a sessão ordinária de ontem. Interessados em discutir os nomes dos membros que vão integrar as nove comissões permanentes da Casa, os líderes partidários passaram o dia fazendo reuniões. Como a eleição está marcada para amanhã, os distritais devem colocar hoje as cartas à mesa. PFL, PT e Prona defendem a manutenção dos atuais ocupantes, mas não chegaram ao consenso acerca dos cargos de presidente. Pelo acordo construído para a eleição da Mesa Diretora no final de 2004, a regra era não mexer na composição. Com a migração partidária ao longo do ano passado, os pefelistas acabaram abocanhado os principais postos: as presidências da Casa e das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Economia, Orçamento e Finanças, além da Corregedoria.

O PMDB à época foi o grande derrotado. Mesmo com a maior bancada no Legislativo - nove parlamentares, não conseguiu emplacar nenhuma das duas comissões mais importantes. Durante almoço com o líder do partido, Odilon Aires, os distritais não pretendem entrar na briga.

- A coligação PT e PFL é maioria na Casa. Quando eles não respeitaram a proporcionalidade nas eleições do ano passado, nós ficamos a reboque. Não vamos para o enfrentamento - informou Odilon.

Processos - A decisão será confirmada desde que o PMDB consiga o comando da Comissão de Ética, uma vez que dois correligionários estão na berlinda. Benício Tavares quer engavetar, de vez, o processo aberto que investiga a sua viagem ao Rio Negro, no Amazonas. Ele é acusado de participar ce orgia sexual com menores. Eurides Brito teme que o relatório da CPI da Educação a prejudique na Casa.

O líder do PT, Paulo Tadeu, afirmou que a bancada quer a presidência da CCJ, ocupada pelo pefelista Júnior Brunelli, para Chico Vigilante ou Chico Leite. Mas a reivindicação dificilmente será atendida.

- Não é intenção do PT passar o rolo compressor, nem desprezar a força política do PMDB - disse Paulo Tadeu.