Título: Cidade Digital só depende de Lula
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 15/02/2006, Brasília, p. D3

Senado cumpre promessa e aprova projeto que redesenha Parque Nacional, que agora vai ao presidente para sanção

A Cidade Digital está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta de ampliação do Parque Nacional de Brasília e exclusão da área destinada à implantação do pólo de tecnologia foi aprovada ontem pelo Senado e seguirá para sanção presidencial. Os senadores rejeitaram emenda que exigia a indenização dos donos dos lotes incorporados na nova poligonal do parque antes de passarem para a administração do Instituto Brasileiros de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Para o senador Paulo Octávio (PFL-DF), a emenda era redundante.

- Esse projeto foi feito em acordo do GDF [governo do DF]e do Ibama. Além disso, se alguém prova que é dono da terra, a lei já manda que seja indenizado - argumentou Paulo Octávio.

O senador Luiz Otávio (PMDB-PA), autor da emenda, disse que apresentou a pedido da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

- Precisamos equacionar essa questão para que seja preservado o direito dos proprietários dessas terras. Caso contrário, essas pessoas vão perder a terra antes de receber o dinheiro do governo - argumentou o senador.

Paulo Octávio participou da reunião de líderes na tarde de ontem para garantir a votação do projeto o mais rápido possível. Caso a emenda tivesse sido aprovada, a proposta voltaria à Câmara. Isso poderia atrasar ainda mais a implantação do pólo e dificultar a construção do Data Center do Banco do Brasil em Brasília. A instituição financeira tem até dezembro de 2007 para inaugurar a obra que deverá custar cerca de R$ 300 milhões e ter mais R$ 2 bilhões de investimentos em equipamentos de tecnologia. A Cidade Digital deve gerar, em médio prazo, aproximadamente 40 mil empregos.

- Não podemos prejudicar Brasília, a geração de empregos e a instalação do centro de tecnologia do Banco do Brasil - disse Paulo Octávio.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também não concordou com a emenda e defendeu a votação da proposta nos termos em que chegou da Câmara.