Título: Indonésia já executou quatro pessoas por tráfico
Autor: Sheila Machado
Fonte: Jornal do Brasil, 10/02/2006, Internacional, p. A13

JACARTA - Até hoje, a Indonésia executou quatro pessoas por crimes relacionados à posse ou comércio ilegal de drogas. A maioria dos condenados à pena capital pelo delito são estrangeiros. Dentre estes, os mais numerosos são os africanos.

O primeiro a ser executado, em 1995, foi o malaio Chan Ting Chong, conhecido como Steven Chong. Ele ficou por quase 10 anos na prisão depois de receber a sentença judicial, em 1986, por posse de heroína.

Em agosto de 2004, o indiano Ayodhya Prasad Chaubey foi morto pelo pelotão de fuzilamento, também por tráfico de heroína. Para ele, a execução chegou mais rápido: havia sido condenado no início do ano.

Dois meses mais tarde, os tailandeses Saelow Praseart e Namsong Sirilak também foram executados, por narcotráfico de heroína.

Atualmente, há mais de 30 pessoas no corredor da morte na Indonésia, por tráfico de drogas. Críticos, no entanto, duvidam da imparcialidade do sistema judiciário nacional. Organizações como a Anistia Internacional lembram que as Cortes indonésias têm um histórico de corrupção a já livraram da pena capital membros das forças de segurança envolvidos no comércio de entorpecentes. Também há denúncias de que filhos de militares raramente são punidos quando flagrados pela polícia usando ou portando drogas.

A Indonésia está entre 90 país - incluindo Estados Unidos, Irã e China - que ainda aplicam a pena de morte como punição. Em Jacarta, crimes passíveis de pena capital são numerosos: terrorismo, delitos contra a segurança nacional, subversão, assassinato, latrocínio, violações cruéis aos direitos humanos, pirataria marítima, narcotráfico e posse de drogas.

Recentemente, promotores na ilha de Bali pediram pena de morte para um grupo de nove australianos detidos com entorpecentes. Os homens estão sendo julgados separadamente e dois deles já foram receberam sentença máxima. O veredicto para outros cinco deve sair ainda esta semana.

O caso mais recente de traficante executado que chamou atenção mundial foi a do australiano Nguyen Tuong Van, de ascendência vietnamita. Ele foi enforcado em 2 de dezembro pelo governo de Cingapura, depois de ser julgado por chegar com cerca de 400 g de heroína no aeroporto local. Van estava em conexão, viajava do Camboja para a Austrália.