Título: Freio na previdência
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Fonte: Jornal do Brasil, 10/02/2006, Economia & Negócios, p. A19

Com novas regras, planos privados crescem só 3,9%

SÃO PAULO - Depois de um 2004 marcado por recordes, a previdência privada amargou um tímido crescimento em 2005. A captação de recursos somou R$ 19,5 bilhões no período, alta de 3,9% em relação ao ano anterior. Em 2004, porém, a expansão havia sido de 26,3%. Especialistas atribuem a expansão menor à entrada em vigor da tabela regressiva de Imposto de Renda, que passou a coexistir com a forma antiga de tributação, baseada na tabela progressiva. A dificuldade em entender as mudanças teria afastado o investidor.

As reservas (depósitos totais) somaram R$ 77 bilhões em 2005, evolução de 25,7%. No período anterior, o avanço foi de 38,4%. As provisões dos planos VGBL cresceram 55%, para R$ 28,6 bilhões. O PGBL registrou reservas de R$ 21,4 bi, alta de 30%, e os planos tradicionais de R$ 26,7 bi, evolução de 3%.

- Mantido o crescimento da economia no primeiro semestre, as reservas deverão ultrapassar R$ 100 bilhões até junho - disse o presidente da Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp), Osvaldo do Nascimento.

Apesar de, no primeiro momento, ter assustado o investidor, o executivo acredita que, a partir de agora, as regras incentivarão o ingresso de novos participantes. Ele explica que a vantagem tributária do plano de previdência passa despercebida em razão das altas taxas de juros praticadas atualmente.

- Mas com a tendência de queda de juros, o consumidor vai perceber a vantagem fiscal e também vai conseguir comparar melhor as taxas cobradas entre os produtos de previdência e outras aplicações, ficando evidente o ganho dos planos de longo prazo - comentou.

Segundo Nascimento, a meta de 2006 é elevar a venda dos planos empresariais por meio de incentivos que desonerem as empresas. Para alavancar a proposta, a Anapp tenta aprovar medida que permita ao funcionário usar o FGTS para contratar um plano de previdência.