Título: Corretor suspeita de quadrilha
Autor: Duilo Victor e Marco Antônio Martins
Fonte: Jornal do Brasil, 22/11/2004, Rio, p. A12

O diretor da agência de viagens ICD Transtur, que presta serviços para a empresa aérea angolana Taag, André Colares, denuncia que quase toda semana são registrados assaltos a angolanos e os crimes são semelhantes ao de ontem. - O turista de Angola geralmente vem à cidade para fazer compras. Eles chegam sempre com muito dinheiro e facilmente viram alvo dos bandidos, que já descobriram isso - contou o diretor.

De acordo com Colares, sempre aos sábados, quando os vôos regulares de Luanda chegam ao Rio, o terminal 1 do Aeroporto Tom Jobim fica lotado de angolanos que já vivem no Brasil, colhendo informações sobre os compatriotas que acabaram de desembarcar.

- Esses angolanos ficam conversando nervosamente pelo celular, às vezes a poucos metros de distância um do outro. Momentos antes de cada desembarque, o saguão fica tão cheio que é difícil até andar - disse.

No assalto de ontem, dois ônibus transportavam os tripulantes angolanos da Taag. Um deles carregava 15 funcionários da empresa que voltariam a Angola hoje e não carregavam muito dinheiro. No veículo assaltado, no entanto, a quantidade de dinheiro era muito maior porque os funcionários ficarão na cidade até sexta.

- A maioria dos crimes ocorre quando os turistas angolanos saem do aeroporto em táxis e são roubados alguns quilômetros depois, como no caso deste ônibus. É uma ação de quadrilha - explicou o diretor.

O motorista que transportava os tripulantes da Taag que foram roubados contou que os assaltantes não tinham sotaque angolano, mas sabiam que o ônibus carregava estrangeiros:

- Um deles falava comigo ao subirem no veículo: ''Não quero nada com você, só com os estrangeiros''.