Título: Mistério cerca morte de moça achada seminua
Autor: Ana Carolina Freitas
Fonte: Jornal do Brasil, 22/11/2004, Brasília, p. D1

Corpo da universitária, estrangulada, foi encontrado em um carro na SQN 204

A 2ª DP (Asa Norte) investiga um mistério que ronda a morte da universitária Denise Ferreira dos Santos, de 23 anos, encontrada na manhã de ontem seminua dentro de um Fiat Uno, placa JEU 5348, no estacionamento entre os blocos G e H da SQN 204. A perícia constatou que não havia marcas de tiros e confirmou que Denise morreu estrangulada. Segundo a delegada de plantão, Ingrid Lúcia Cunha, a jovem foi vista pela última vez por volta das 21h de sábado, quando saiu de um churrasco de calouros da UnB do curso de Educação Física, na QI 25 do Lago Sul. De acordo com relatos de amigos da vítima, ela teria saído acompanhada de um rapaz, para que ele dirigisse o veículo, pois Denise estaria embriagada e sem condições de ir para casa. O combinado seria que Denise e o rapaz, que até a tarde de ontem não havia sido identificado, fosse para a casa de uma amiga da universitária, na QI 23 do Lago Sul.

- A amiga, Denise e o rapaz saíram juntos da festa em direção à QI 23, mas os dois desviaram o caminho e não deram mais notícia - afirmou a delegada.

As amigas também afirmaram nunca ter visto o rapaz antes e que ele teria ''ficado'' com uma conhecida de Denise.

Somente às 10h de ontem, um dos moradores do bloco G desconfiou do carro estacionado na quadra, que segundo testemunhas, passou a noite inteira com os faróis ligados. Ele entrou em contato com a polícia quando viu que Denise estava seminua e não reagia.

A delegada descartou a possibilidade de latrocínio e afirma que não há indícios de que Denise tenha sofrido violência sexual, apesar de ela ter sido encontrada de calcinha e somente com um top que cobria os seios.

- O laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda não saiu, mas nós não estamos contando muito com a possibilidade de estupro - disse.

A polícia também suspeita que os dois foram até o Bar Bedrock (CLN 204), que, segundo conhecidos de Denise, era um dos locais preferidos da vítima. A desconfiança deve-se à proximidade dos fundos do bloco G, que fica ao lado do boteco. Porém, os funcionários do bar que trabalharam na noite de sábado, afirmaram não ter visto nada de estranho nas redondezas.

A delegada afirmou que o rapaz que teria dirigido o carro de Denise é o principal suspeito do homicídio, porém antes é necessário ouvir a versão dele sobre o crime.

Denise morava sozinha na Colônia Agrícola Vicente Pires durante a semana, mas passava os fins de semana com os pais em Ceilândia. No fim deste ano, terminaria o curso de Administração de Empresas no UniCeub.