Título: Ajuda está a caminho
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Fonte: Jornal do Brasil, 18/02/2006, Internacional, p. A13

Apesar de o governo filipino não ter feito nenhum pedido de ajuda internacional, os Estados Unidos enviaram dois navios militares às Filipinas, informou a Casa Branca. Já a ONU anunciou que enviará uma equipe para a zona atingida.

Especialistas do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU - que enviou US$ 50 mil para resgates iniciais - vão avaliar as necessidades da área. Em Genebra, a Cruz Vermelha, informou que teme um número alto de mortos. ''Um avião de resgate saiu de Manila com mil sacos para corpos, kits de emergência suficientes para mil pessoas, remédios, botas de borracha, casacos, cordas, e lanternas'', disse, em comunicado, acrescentando que US$ 150 mil foram disponibilizados para a assistência.

Já o papa Bento XVI pediu uma ajuda ''rápida e generosa'' aos sobreviventes da catástrofe e enviou condolências ao arcebispo da diocese filipina de Maasin, monsenhor Cantillas.

Na semana passada, a região sofreu outro deslizamento de terra que matou 20 pessoas. Segundo a governadora de Leyte, Rosete Larias, os moradores que haviam sido evacuados, retornaram no início desta semana, e, provavelmente, estão entre as vítimas.

O deputado Roger Mercado afirmou que os habitantes foram aconselhados a deixar o povoado depois de semanas de fortes chuvas:

- Mas eles não saíram - disse, acrescentando que muitos culpam as atividades mineiras e lenhadoras da área. - Esse é o efeito de três décadas de desgaste da região. Toda vez que chove há inundações.

Os serviços de meteorologia voltaram a alertar, ontem, os trabalhadores rurais e as agências do governo para a possibilidade de mais chuvas e enchentes devido ao fenômeno La Nina.

As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e 200 tempestades tropicais por ano. Em 2004, uma série de tempestades matou 1.800 pessoas nas províncias do Nordeste do país. Já a ilha de Leyte foi cenário de um dos piores tragédias das Filipinas, em 1991, quando 5.000 pessoas morreram em enchentes provocadas por furacões.

O deslizamento de sexta-feira em Leyte lembra a tragédia do vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia. No dia 13 de novembro de 1985, uma erupção do vulcão fez com que a neve no topo da montanha derretesse, formando uma avalanche de lama e cinza vulcânica que atingiu um raio de 100 km. O fenômeno, conhecido como ''lahar'', deixou soterrados os povoados de Armero e Chinchina, matando 25 mil pessoas. Foi a segunda erupção vulcânica mais devastadora do século XX, depois do Monte Pelée, em 1902, na Martinica.