Título: Japão cresce 2,8% em 2005
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Fonte: Jornal do Brasil, 18/02/2006, Economia & Negócios, p. A19

A economia do Japão cresceu mais que o esperado no ano passado, com expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas no país) de 2,8%, a melhor taxa desde os 2,9% registrados em 2000. O crescimento veio acima do previsto pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que projetava expansão de 2,4%, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que previa alta de 2% no PIB.

A expansão do país asiático, segunda maior economia do mundo, ocorre após vários períodos de recessão na última década, e é maior que a esperada para o Brasil em 2005. A projeção do Banco Central aponta alta de 2,6%. O crescimento japonês também foi maior que o registrado pela zona do euro, composta de 12 países (1,3%), mas menor que o registrado pelos EUA (3,5%), maior economia do planeta.

A recuperação das exportações japonesas e a demanda interna forte foram os principais fatores responsáveis pela aceleração do país no ano passado e indicam que a retomada poderá ser sustentada.

No quarto trimestre de 2005, o PIB japonês cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, resultado também considerado forte. Analistas esperavam expansão de 1,2% no período.

- É um claro sinal de confirmação de que a economia está crescendo fortemente. Apesar de que, em certas áreas, possa haver desaceleração no primeiro trimestre, com certeza a economia está funcionando a todo vapor - disse Stefan Worrall, economista do Credit Suisse.

A retomada aumenta a expectativa de que o Banco do Japão (o banco central do país) vá abandonar sua política monetária atual, que tem como objetivo combater a deflação, e as taxas de juros do país podem começar a subir no final do ano.

Já o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, preferiu a cautela e afirmou que ''o crescimento foi melhor do que o previsto, mas não podemos dizer que a economia japonesa está fora da zona de deflação''.

O nível de confiança dos consumidores japoneses alcançou seu patamar mais alto dos últimos 15 anos, uma vez que as empresas têm aumentado as contratações e os salários têm subido. Para Jesper Koll, economista-chefe do Merril Lynch, em Tóquio, a economia está ''em um ponto ótimo''.

Com agências