Título: Rede viária terá de ser adaptada
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 19/02/2006, Brasília, p. D3

Para implantar o programa de transporte público, o governo deverá realizar obras nos principais pontos da rede viária do Distrito Federal. O projeto prevê a execução de faixas preferenciais ou exclusivas nas vias e a construção ou a reforma de terminais no Plano Piloto, Samambaia, Ceilândia, Gama e Samambaia. Entre os terminais a serem construídos, estão os de integração metrô-ônibus de Ceilândia, Samambaia e Guará. Na Asa Norte, será preciso construir um terminal para receber as linhas provenientes de Planaltina, Sobradinho, Varjão, Lago Norte e Plano Piloto. Um ponto semelhante será feito no lado sul de Brasília. O terminal de ônibus Park Way fará a conexão das linhas da região Sul - Gama e Santa Maria -, da região Leste - Lago Sul, Paranoá, São Sebastião - e da Oeste - Taguatinga, Ceilândia, Recanto das Emas, Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante.

Além das estações de metrô e ônibus, será preciso construir baias para as paradas de ônibus mais afastadas das pistas. Faixas preferenciais também deverão ser implementadas. Com isso, o governo pretende construir corredores para a circulação dos ônibus em diversos pontos do DF, incluindo o Plano Piloto.

Adaptação - Não apenas as vias do DF terão de ser adaptadas ao projeto, mas também os veículos. O programa, elaborado em parceria do GDF com o BID, não prevê gastos com os meios de transporte.

As empresas responsáveis pelo transporte coletivo deverão arcar com as despesas dos novos veículos. Ônibus e vans deverão ser adaptados a passageiros idosos e portadores de necessidades especiais. As portas terão de ser mais largas e os carros deverão ter degraus mais baixos para facilitar a subida e a descida dos usuários.

Outra novidade é a adaptação das entradas e saídas dos veículos aos corredores que serão construídos nas principais avenidas do DF. Os ônibus deverão ter portas dos dois lados e, assim, possibilitar a entrada e a saída dos passageiros de acordo com a localização do corredor na via.

A proposta elaborada pelo GDF e pelo BID prevê também a criação de cerca de 100 km de ciclovias e ciclofaixas. Uma delas já está em execução entre Itapoã e o Paranoá. Serão 6,6 km de ciclovia ligando as duas cidades.

Para garantir aos usuários do sistema de transporte a utilização de bicicletas em substituição aos ônibus de distribuição - que levam os passageiros das estações de integração até em casa - o projeto sugere a criação de bicicletários nos terminais. Assim, o passageiro poderá ir de bicicleta até o metrô, por exemplo, pegar o trem, trocar depois por algum ônibus, chegar ao trabalho e, na volta para casa, pegar a bicicleta novamente.

Segurança - Além de todas as adaptações das vias, estações e veículos, o programa Brasília Integrada tem uma preocupação com a melhoria da segurança no trânsito. Detran e Departamento de Estradas de Rodagem (DER) terão papel fundamental na elaboração de projetos de redução de acidentes e proteção dos pedestres.

Estudos serão feitos para identificar os trechos com maior índice de acidentes. Programas de engenharia de trânsito deverão ser colocados em prática para reduzir o número desses acidentes.

- Esperamos reduzir entre 30 e 60% o número de acidentes nesses trechos mais críticos - afirma o secretário Tadeu Filippelli, da Agência de Infra-estrutura e Desenvolvimento Urbano.