Título: Banco do Brasil lucra R$ 4,15 bi
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 21/02/2006, Economia & Negócios, p. A19

Se os bancos privados vêm obtendo resultados polpudos, os estatais também vão bem, obrigado. Ontem, o Banco do Brasil informou que o lucro líquido, em 2005, atingiu o maior nível da história da instituição (R$ 4,154 bilhões). O número é 37,4% maior do que o registrado em 2004, quando os ganhos auferidos atingiram R$ 3 bi.

O lucro do banco no ano passado supera o de bancos como Caixa Econômica Federal (R$ 2,07 bilhões), também anunciado ontem, além de Unibanco (R$ 1,84 bi) e Santander Banespa (R$ 1,65 bi).

O BB também aproveitou 2005 para engordar a carteira de clientes, que subiu de 21 milhões para 22,9 milhões. A carteira de crédito do BB cresceu 14,9%, atingindo R$ 101,8 bilhões - 15,3% do mercado.

Os empréstimos para pessoa física somaram R$ 18,4 bilhões, alta de 14,3% em relação ao ano anterior. No ano do boom do crédito consignado, a modalidade de empréstimo cresceu 184,1%, no total, 1,7 milhão de contratos. E o crédito direto ao consumidor (CDC), principal modalidade de crédito para pessoa física, fechou o ano com 8,5 milhões de contratos. Já o crédito direto ao consumidor em lojas de varejo, como comércio e material de construção, atingiu R$ 637 milhões.

Os empréstimos para empresas somaram R$ 38,5 bilhões, um crescimento de 15,3% em 2005 em relação ao ano anterior. Já para o agronegócio, foram destinados R$ 35,7 bilhões, o que representa crescimento de 18,9%.

- O ano de 2005 foi muito difícil para alguns setores do agribusiness. Adotamos uma postura conservadora em relação a essa carteira, aumentando provisões e renegociando dívidas - explica Rossano Maranhão, presidente do BB.

Para programas de agricultura familiar - como Banco da Terra, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e programas de reforma agrária - foram destinados R$ 4,7 bilhões. O microcrédito cresceu 90,2% no ano passado, atingindo R$ 463 milhões.

Para 2006, a expectativa de crescimento do banco é de 4,5%, com valorização das ações em torno de 40%. A estimativa da instituição é de que carteira de crédito deve crescer de 25% a 30%, com aumento de 40% somente para o crédito no varejo - o que promete estar na linha de frente de investimentos do banco para este ano.

O BB também anunciou ontem que fará oferta pública de ações correspondentes a 7,5% de seu capital ainda no primeiro semestre. Desse total, 1,5% são ações do próprio banco, enquanto Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) ofertarão o equivalente a 2% cada.

Serão, ao todo, 11,2 milhões de ações já autorizadas pelo conselho de administração do banco, chegando ao todo a 16,5% do total.