Título: Parceria com iniciativa privada sai do papel
Autor: Daniel Pereira e Liliana Lavoratti
Fonte: Jornal do Brasil, 24/02/2006, País, p. A4

Apostando nos investimentos em infra-estrutura para pavimentar a reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará nos próximos dias os dois primeiros contratos de Parceria Público-Privada (PPP) que estavam apenas no papel desde 2004. A idéia do governo é usar uma das parcerias para concluir projeto de irrigação na região do Pontal, em Petrolina (PE), município que foi visitado pelo presidente nesta semana. Já a outra PPP será destinada a obras nas rodovias BR-116 e BR-324, na Bahia e em Minas Gerais.

O Ministério da Integração Nacional e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) estão acertando os últimos detalhes da PPP para a região do Pontal. O governo pretende usar a parceria para tirar do papel a segunda fase do projeto de irrigação. A primeira está quase concluída. Resultou na construção de cerca de 70 quilômetros de canal a um custo de R$ 240 milhões.

Com a conclusão das duas fases, o governo espera levar água a uma área de 8 mil hectares. Ontem, a superintendente da 3ª Regional da Codevasf, Isabel Cristina de Oliveira, ainda não sabia informar quantos quilômetros nem o custo estimado dos canais construídos na segunda fase.

De acordo com Isabel, a realização desta etapa tende a ser mais fácil, pois a estrutura de saída da água do rio São Francisco já foi construída na primeira fase. A expectativa é que o projeto gere cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos.

- É uma obra que aumentará o dinamismo econômico da região - assegurou Isabel, ressaltando que 90% das exportações de uva e manga têm origem em cidades como Petrolina e Juazeiro (BA).

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, já havia reconhecido que entre os projetos de PPP mais avançados figuravam as melhorias na BR-116 e na BR-324. Os investimentos previstos nas rodovias, que ligam o Norte de Minas a Salvador e ao interior da Bahia, são de R$ 2,7 bilhões em 35 anos. O empreendimento é considerado estratégico, porque abrange o corredor de exportações para acesso aos portos de Salvador e Aratu (BA).