Título: Disputa interna
Autor: Rodrigo Camarão
Fonte: Jornal do Brasil, 26/02/2006, País, p. A2

Os dois pré-candidatos do PMDB nas prévias marcadas para 19 de março, Anthony Garotinho, ex-governador do Rio, e Germano Rigotto, governador do Rio Grande do Sul, procuram dissimular a preocupação com as manobras governistas. Neste domingo, Rigotto licencia-se do governo para se dedicar integralmente à campanha interna no partido. Garotinho está na rua há mais tempo. Tem percorrido o país. Nas últimas semanas, passou por São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Paraná, Santa Catarina, Goiânia, Maranhão, Alagoas e Sergipe. Pretende conversar com cada um dos 21 mil peemedebistas com direito a voto em 19 de março. Nos locais, dá palestras e pede votos. Em pesquisas encomendadas pelo peemedebista do Rio, teria 70% de apoio.

Rigotto começa a campanha atrasado. No entanto, tem alguns líderes do partido trabalhando pela pré-candidatura, entre os quais Orestes Quércia (São Paulo), Roberto Requião (Paraná), Luiz Henrique (Santa Catarina) e Jarbas Vasconcellos (Pernambuco).

Os dois pré-candidatos estão investindo pesado. Já contrataram serviços de telemarketing, estão produzindo jornais e enviando milhares de cartas por mala-direta com propostas de governo.

O partido vê diferenças básicas nos dois nomes. Garotinho serviria para firmar uma candidatura peemedebista de oposição ao governo. Hoje, ele alcança o patamar de 10% nas intenções de voto. O ex-governador do Rio, no entanto, ainda é visto como um neopeemedebista, não identificado com o partido. Garotinho rejeita o rótulo. Diz que foi fiel a todas as decisões partidárias desde que ingressou nas fileiras do partido, há dois anos. Declarou-se mais peemedebista do que muitos mais antigos mas menos fiéis.

Germano Rigotto representa o futuro, na visão de peemedebistas. Apesar de aparecer com 2% na pesquisa Datafolha, poderia ser preparado para outra eleição e ganhar consistência eleitoral. É rosto novo e pode personificar nova fase no PMDB, sem a imagem do fisiologismo.