Título: Falta infra-estrutura para o turismo
Autor: Lígia Maria
Fonte: Jornal do Brasil, 28/02/2006, Brasília, p. D5

Os setores hoteleiros Norte e Sul tornaram-se referências estratégicas para o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a maior aposta do turismo brasiliense e foco de grandes ambições para este ano. A direção do centro de eventos, com o auditório mais moderno do País, planeja receber 250 mil turistas, que participarão dos 38 eventos já programados até o momento. Mas a hotelaria enfrenta problemas de infra-estrutura e segurança. - Os terrenos vazios do Setor Hoteleiro Norte dão à área um aspecto de região inacabada - diz Tiago Rodrigues, gerente do Hotel Mercure.

O setor ainda está inacabado. De acordo com André Amanajás, diretor de Serviços Públicos da Administração de Brasília, o espaço recebeu apenas o mínimo das benfeitorias, iluminação e calçamento. Hoje, a colocação de máquinas para novas obras poderá danificar as poucas benfeitorias existentes. A constatação compromete qualquer tentativa de intervenção no local.

- Não vale a pena gastar com postes de iluminação que podem sair da área. Fica muito caro gastar três ou quatro vezes com as mesmas obras - justifica Amanajas.

Enquanto as melhorias não chegam, os hóspedes do Setor Hoteleiro Norte sofrem com falta de urbanização, lixo, mau cheiro e insegurança.

- Já vi turista ter medo de sair do hotel para jantar no Brasília Shopping, por causa da falta de iluminação e do risco de ser assaltado. Eles também não ousam ir para a a Asa Sul, pelos mesmos motivos - afirma Paulo Roberto, gerente do Eron Brasília Hotel.

Segundo a secretária de Turismo do Distrito Federal, Lúcia Flecha de Lima, os setores hoteleiros de Brasília necessitam de um projeto que envolva as secretarias de Turismo, de Obras e de Segurança. No entanto, não há nenhuma proposta concreta até o momento.

- As questões de infra-estrutura e segurança dessas áreas terão de ser resolvidas com a articulação dos vários órgãos de governo. E acredito que essa medida tenha de ser urgente, já que toda a Região Administrativa 1 (Plano Piloto) está abandonada - afirmou a secretária.