Título: Arruda se licencia e parte para a luta
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 04/03/2006, Brasília, p. D3

Na disputa política para conquistar o governo do Distrito Federal, o deputado federal José Roberto Arruda saiu na frente. Pré-candidato do PFL, ele entregou ontem ao presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB), o pedido de licença do mandato para tratar de interesses pessoais por 125 dias, a partir de segunda-feira. Convencido de que será o escolhido pelo partido para concorrer ao cargo máximo do Executivo, admitiu que usará o período para fazer sua campanha. - Farei nos primeiros cinco dias exames médicos e depois me dedicarei integralmente ao projeto de governar Brasília. Não era possível conciliar a atividade parlamentar e, ao mesmo tempo, percorrer as cidades do Distrito Federal. Pretendo fazer isso agora de maneira mais intensa e organizada - explicou Arruda, reiteirando que antes de tomar a decisão ouviu o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, o presidente de honra da legenda no DF, Osório Adriano e o governador Joaquim Roriz (PMDB).

A vaga deixada pelo pefelista deveria ser ocupada pelo primeiro suplente Osório Adriano. Mas ele já está no Legislativo, na vaga deixada pelo secretário da Agência de Infra-estrutura e Desenvolvimento Urbano, Tadeu Filippelli (PMDB), que retornará à Casa no dia 31 de março, prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para se desincompatibilizar do cargo.

Pela ordem de votação, o ex-deputado distrital José Rajão Filho (PSDB) entraria em exercício, mas Arruda avisou que um problema de saúde na família o impede de assumir o cargo.

- Nesses dias que marcam a minha saída o ex-delegado da Polícia Federal Vicente Chelloti (PMDB), que é o terceiro suplente, ficará no cargo até o retorno do Tadeu Filipelli. Roriz me pediu para beneficiá-lo. Depois, Osório Adriano assume - disse Arruda.

Disputa - O senador Paulo Octávio, que preside a seção local do PFL e também é pré-candidato ao Buriti, não foi comunicado oficialmente da decisão porque está viajando. Como os dois estão medindo forças dentro do partido, considera-se possível que Paulo Octávio também deixe a cadeira no Senado para mergulhar também no corpo-a-corpo.

- O apoio de Roriz e Paulo Octávio são fundamentais. Mas acima das ambições pessoais, que aliás são legítimas, há um projeto para Brasília. Temos um pré-acordo que delega ao Osório Adriano e Jorge Bornhausen [presidente nacional do PFL]a condução do processo - alfinetou Arruda.

Osório Adriano informou que a escolha deve ser feita antes da convenção, marcada para junho. Segundo ele, o nome pode sair no início de abril e os critérios que serão usados na hora de bater o martelo são as pesquisas eleitorais, o apoio do Roriz, a capacidade de agregar votos e a simpatia junto ao eleitorado brasiliense.

- O partido que deixa para definir-se apenas na convenção, perde. Se for preciso, a gente fecha os dois em um banheiro até sair a fumacinha branca sinalizando o consenso. Qualquer um dos dois pré-candidatos têm condições de esperar a próxima eleição - brincou Osório Adriano.