Título: PMDB e PPS se unem em busca da terceira
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/03/2006, País, p. A4

Apesar de cada um ter candidatura própria à Presidência da República, para unir forças o PMDB e PPS marcaram para o dia 30 um seminário nacional reunindo os partidos na tentativa de buscar um novo projeto para o país e um programa de governo de terceira via. O encontro será aberto pelos presidentes do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e do PPS, deputado Roberto Freire (PE).

- O seminário poderá indicar aquilo que é o desejo da maioria do eleitorado brasileiro: uma alternativa para o país que não seja nem um candidato do PT nem um do PSDB - ponderou Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador do evento.

No encontro, os pré-candidatos dos dois partidos farão um debate com a mediação de governadores das legendas. Jungmann disse que a idéia é sugerir, a partir do debate, uma proposta conjunta para se contrapor à polarização entre PT e PSDB na corrida presidencial.

Pelo PPS, o candidato à Presidência é Roberto Freire. Já o PMDB vai decidir o nome de seu candidato nas prévias marcadas para o dia 19. Até o momento, concorrem à vaga o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

A princípio, o encontro estava previsto para o dia 8, mas os dirigentes preferiram realizá-lo no fim do mês, depois da prévia que vai fixar o nome do candidato do PMDB à Presidência da República e a realização do 15º Congresso Nacional do PPS.

O secretário-geral do PPS, Rubens Bueno, frisou que não há a possibilidade de o seu partido desistir da candidatura própria.

- A candidatura de Roberto Freire à Presidência da República não é dele, é do PPS, desde que o indicamos na reunião em Natal, em abril do ano passado, bem como de grande parte da sociedade que aguarda a consolidação das candidaturas presidenciais.

Bueno disse que as pesquisas eleitorais não preocupam o partido. Segundo ele, os números conhecidos representam um incentivo para a manutenção da candidatura do PPS.

- Pesquisas indicam que cerca de 50% dos eleitores não sabem em quem vão votar. Ora, o Lula é conhecido de 100% da população e não consegue, mesmo sem adversário, consolidar seu nome.