Título: Alckmin cobra agilidade do PSDB
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Fonte: Jornal do Brasil, 07/03/2006, País, p. A2

SANTOS e SÃO PAULO - Em dia de homenagens ao ex-governador Mário Covas, morto em 2001, o governador paulista, Geraldo Alckmin, cobrou ontem pressa do PSDB na escolha do candidato à Presidência.

- É um sentimento de todo o partido que chegou a hora de decisões, e não precisa ser feito na véspera, no dia 31 de março - disse Alckmin ao fim de uma missa em memória de Covas na igreja de Santo Antônio do Valongo, no centro de Santos.

O último dia de março é o limite para que governantes deixem seus postos se quiserem concorrer a outros cargos eletivos, como é o caso de Alckmin.

O governador e o prefeito da capital paulista, José Serra, se encontraram ontem à noite na homenagem a Covas na Sala São Paulo, dominada por manifestações a favor de um ou outro pela indicação do candidato do partido à Presidência.

Os dois também devem se encontrar hoje com o senador e presidente do PSDB, Tasso Jereissatti. O aniversário de 43 anos do governador de Goiás, Marconi Perillo, promete ser uma nova reunião do tucanato, com as presenças do governador e do prefeito.

O debate interno do PSDB se polarizou entre um candidato assumido (o governador) e outro não (o prefeito). O chamado ''triunvirato'' tucano (além de Tasso, o governador mineiro Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique) ainda não conseguiu chegar a um acordo entre Alckmin e Serra.

Apesar da demora na definição, que opõe apoiadores de Serra e do governador, Alckmin avisou que quem apostar em divisão do PSDB ''vai errar''.

- O partido estará unido fazendo alianças para trabalhar pelo país - alardeou, em um recado a integrantes da sigla.

Alckmin se considera herdeiro político de Covas, de quem foi vice-governador nos mandatos iniciados em 1995 e 1999. Após a morte de Covas há cinco anos, ele assumiu o Palácio dos Bandeirantes, cargo para o qual foi eleito em 2002. Covas, que foi também deputado, senador e prefeito indicado de São Paulo, morreu em decorrência de complicações de um câncer após lutar contra a doença por mais de dois anos.

- O governador Mário Covas teve uma doença que o sacrificou bastante e a recebeu com enorme resignação - disse.

A viúva do ex-governador, Lila Covas, reiterou seu apoio à candidatura de Alckmin.

- Defendo com toda a força que ele seja nosso próximo presidente da República.

A declaração foi dada em solenidade de inauguração de um Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais que leva o nome de Mário Covas, no hospital de Santos, cidade onde o ex-governador nasceu.

Além da missa e da inauguração do centro, os tucanos visitaram o túmulo do ex-governador. Estavam presentes também três pré-candidatos ao governo de São Paulo pelo PSDB, o vereador José Aníbal, o ex-ministro Paulo Renato de Souza e o deputado Alberto Goldman.

Pré-candidato não assumido à presidência da República, o prefeito de São Paulo, José Serra, se encontrou com pastores da Assembléia de Deus na capital paulista. Lá, recebeu apoios públicos à sua candidatura à Presidência. Um pastor chegou a dizer que ''Deus poderá confirmar'' a candidatura.