Título: Arafat não foi envenenado
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Fonte: Jornal do Brasil, 23/11/2004, Internacional, p. A9

A causa precisa da morte do líder palestino Yasser Arafat continuou incerta ontem, depois que seu sobrinho Nasser al-Kidwa teve acesso ao último histórico médico, obtido no hospital militar de Percy, nos arredores de Paris. Mas uma coisa é clara: Arafat não foi envenenado, como sugeriam os rumores.

O dossiê de 558 páginas indicou que não foram encontrados venenos no sangue do presidente palestino quando ele morreu. Mas os arquivos não forneciam um diagnóstico claro sobre o que levou à sua morte em 11 de novembro, depois de duas semanas de tratamento na França.

- Para as autoridades francesas, em termos médicos, o assunto está encerrado. Para nós, por causa de falta de um diagnóstico claro, um ponto de interrogação permanece e, pessoalmente, acho continuará por algum tempo - disse o sobrinho.

Apesar do desejo da viúva, Suha, de que o histórico médico permaneça como propriedade da família, o documento será agora entregue à Autoridade Palestina.

- Arafat não pertence a uma pessoa ou à família, mas a todo o povo palestino - alegou.

Na semana em que ele morreu, os médicos disseram que o líder palestino tinha uma baixa contagem de plaquetas e que estava em coma. Pouco antes de morrer, autoridades palestinas revelaram que tinha sofrido uma hemorragia cerebral.