Título: Clima quente na disputa do Rio
Autor: Daniel Pereira, Luiz Orlando Carneiro e Sérgio Par
Fonte: Jornal do Brasil, 09/03/2006, País, p. A4

O prefeito Cesar Maia enfrenta resistências para emplacar Eider Dantas como o candidato ao governo pelo PFL. Ontem, no Palácio da Cidade, a bancada de vereadores do partido cobrou a definição do prefeito sobre a disputa pelo Palácio Guanabara. Os legisladores ouviram que Cesar continuaria na prefeitura e o nome escolhido para o estado era o do ex-secretário de Obras e deputado estadual. A opção está longe de ser consensual. Filho de Cesar, o deputado federal Rodrigo Maia tem dado sinais de que queria, ele mesmo, ser o ungido. Isso tem feito com que Rodrigo, correndo por fora, tenha embates com Eider, tido por pefelistas como truculento e de perfil pouco conciliador.

Na bancada do PFL na Câmara Municipal, Eider não colecionou amizades. Em vez disso, irritou vereadores ao ignorar audiências, não dar ouvidos e atropelar aliados quando ocupava a Secretaria de Obras. Ele admite ¿turbulências¿ mas afirma que todos foram recebidos e as obras, atendidas.

A personalidade do pré-candidato tem servido como combustível para as rixas com Rodrigo Maia. Por mais de uma vez, ora na casa do prefeito em São Conrado, ora no gabinete na prefeitura, Rodrigo elevou a voz para reclamar de que o perfil de Eider não ajudava a candidatura e de que ele não se empenhava em mudar a imagem. A celeuma foi assistida por Cesar.

Políticos experientes e aliados de Cesar têm leitura diferente. Rodrigo Maia julgaria ter mais visibilidade e um trânsito melhor com aliados do que Eider. Por isso, deveria ser escolhido, segundo eles.

O prefeito discorda. Alega que, ao empreender a disputa pelo Guanabara, Rodrigo não poderia concorrer à reeleição na Câmara. Ficaria sem mandato em caso de derrota.

Enquanto isso, Eider empenha-se na campanha. Reassumiu a cadeira na Assembléia Legislativa e visitou 25 cidades como pré-candidato. Ontem, esteve em Teresópolis. E nega atrito:

¿ Não há desavenças entre mim e o Rodrigo Maia. Pelo contrário. Ele lançou minha candidatura em outubro. Eu insisti que ele fosse o candidato, mas se acha muito novo.