Título: Juro da discórdia
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/03/2006, Economia & Negócios, p. A17

Representantes do setor produtivo consideraram tímida a queda dos juros anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Como de praxe nas últimas reuniões, apenas a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) não criticou o governo pelo que o mercado considera um gradualismo excessivo da autoridade monetária do país. De resto, tanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) quanto a Fecomércio-RJ fizeram questão de registrar a contrariedade dos empresários. Na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, a expectativa era de que o corte fosse de acima de um ponto percentual. ''Há espaço para um corte maior ainda. Eu reduziria em 1,5 ponto percentual, mas o Banco Central vem se mostrando mais uma vez extremamente conservador'', afirmou Monteiro Neto, também em nota na qual classificada de ''frustrante'' a decisão do BC.

''A decisão do Copom não surpreendeu face os sinais de retomada da atividade econômica e a grande probabilidade de a inflação respeitar a meta estabelecida. A continuidade da queda dos juros básicos é uma pré-condição para maior crescimento da economia em 2006. No entanto, para o Sistema Firjan, é primordial que a queda dos juros seja acompanhada de medidas que permitam a elevação do investimento produtivo no país, condição indispensável em um cenário de desenvolvimento de longo prazo.'', afirma a nota divulgada no início da noite pela Firjan.