Título: Arruda com 52% do eleitorado
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 09/03/2006, Brasília, p. D1

O pré-candidato do PFL, José Roberto Arruda, deve estar sorrindo à toa. E não para menos. Pesquisa realizada pelo Soma Opinião & Mercado nos dias 23 e 24 de fevereiro mostra o favoritismo do pefelista, com 52% da intenção de votos do eleitorado brasiliense. O levantamento, registrado na Justiça Eleitoral, baseou-se na pergunta estimulada: Se (espaço para o nome) concorrer para governador do Distrito Federal, votaria com certeza, pode votar mas não tem certeza, não votaria de jeito nenhum ou não conhece o candidato?

Para chegar ao resultado, foram aplicados 757 questionários , em 11 cidades do Distrito Federal. A margem de erro são 3,4 pontos percentuais com um intervalo de confiança de 95%. Em todas as simulações, o PFL é mais forte na largada à corrida ao GDF, o que não garantiria ainda a vitória, uma vez que as eleições vão ocorrer no dia 1º de outubro. O senador Paulo Octávio, também pré-candidato do PFL, aparece em segundo lugar com 49%.

¿ A pesquisa é um teste de força dos candidatos na corrida pela sucessão do governador Joaquim Roriz. Entre os eleitores consultados, Paulo Octávio tem 8% a mais de rejeição do que Arruda ¿ afirmou Cristiano Penna, diretor do Soma.

Sucessão A consulta avaliou também a performance dos seguintes pré-candidatos: a vice-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), que aparece com 32%; o ex-presidente do Banco Popular Geraldo Magela (PT), que chegou a 19% e o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz (PCdoB), com 14 %, ambos da oposição. O instituto não simulou a pergunta com os dois pré-candidatos do PMDB - chefe da Agência de Infra-estrutura e Desenvolvimento Urbano, Tadeu Filippelli, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa.

Quando o quesito é rejeição, Magela sai na frente com 62%. Esse resultado é reflexo das investigações da CPI dos Bingos, em que ele teria recebido dinheiro do bicheiro carioca Carlinhos Cachoeira na campanha de 2002. Em seguida está Agnelo que tem 51%. Dentre os aliados de Roriz, Paulo Octávio ocupa o terceiro lugar (32%).

¿ A rejeição do ministro é uma mistura de desconhecimento do nome no cenário local, aliado à participação no governo Lula ¿ explicou Penna.

Preferência O levantamento fez também o cruzamento dos dados entre os possíveis candidatos e a preferência partidária, para verificar o padrão de simpatia com os militantes de legendas diferentes. Constatou que metade dos eleitores consultados (48%) não vota no partido. Em contrapartida, 41% são fiéis ao PMDB (23%) e ao PT (18%), o que reforça a tendência de polarização entre rorizistas e petistas.

Arruda conquistaria 87% dos simpatizantes do PMDB, enquanto Paulo Octávio teria o voto de 72%. O senador só conseguiria ter certa vantagem sobre o colega pefelista quando a comparação é feita por cidades. No segmento de alta renda, no Plano Piloto, Cruzeiro e Guará, Paulo aparece na frente, mas divide a preferência com os candidatos da oposição.

Na Ceilândia, maior colégio eleitoral do DF, a situação ainda é uma incógnita. O candidato que conseguir conquistar a região administrativa tem boas chances de ganhar a eleição. A cidade é heterôgenea e possui uma movimentação partidária significativa.