Título: Sem ganhos na informalidade
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 10/03/2006, Economia & Negócios, p. A17

A recomposição salarial é uma boa notícia apenas para quem está no mercado formal e desfruta da proteção da legislação trabalhista. Na informalidade, metade dos trabalhadores brasileiros não tem a mesma sorte. A artesã Louise Castro, 38 anos, que já trabalhou com carteira assinada, hoje vende bijouterias numa barraca instalada na Praça XV, no Centro do Rio de Janeiro.

Há cinco anos na informalidade, Louise, que não viu o rendimento aumentar no ano passado, vê o cenário com pessimismo.

- Falta espaço para trabalhar e a cada dia aumenta o número de pessoas que buscam um lugar aqui - conta, acrescentando que, sem o salário do marido bancário, não conseguiria pagar as contas do mês.

A artesã só tem queixas contra o governo. Para Louise, falta incentivo para abertura do próprio negócio.

- Meu sonho é ter uma loja onde eu possa vender peças de bijouterias, e empregar outras pessoas, mas já tentei pegar empréstimo no Banco do Povo, que dizem que foi feito para facilitar a vida do microempresário, e nunca consegui - reclama.