Título: Semana cheia para o Conselho de Ética
Autor: Mariana Santos e Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 13/03/2006, País, p. A2

A grande expectativa para a semana continua concentrada nos destinos de deputados representados no Conselho de Ética. Amanhã, os conselheiros devem finalmente votar o parecer do deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), que pede a cassação do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Acusado de ser beneficiário de R$ 50 mil do valerioduto, a convicção da maioria dos membros do Conselho é de que para ele não há salvação. O maior argumento é o forte peso do relatório apresentado por Schirmer, que contestou uma a uma as teses da defesa. A colega do petista Ângela Guadagnin (SP) vai apresentar voto em separado pedindo uma punição mais branda. - Minha parte está concluída. O que o plenário vai decidir não me afeta como relator. Agora sou apenas um entre 513 deputados - disse o relator Cézar Schirmer (PMDB-RS).

Na quarta-feira, a Câmara pode ferver ainda mais com o assunto das cassações. Logo pela manhã, o conselho vai apresentar o voto do relator Edmar Moreira (PFL-MG), que deve pedir a cassação de José Mentor (PT-SP). E, mais uma vez, a fiel escudeira petista Guadagnin vai pedir vistas do parecer. O que vai adiar para a próxima semana a votação no colegiado.

À tarde, o plenário deve analisar o pedido de arquivamento do processo contra Pedro Henry, que já conseguiu livrar-se das acusações no Conselho. Outro que será submetido à avaliação do plenário é o deputado Pedro Corrêa, que corre mais risco. No Conselho de Ética, teve a cassação recomendada por 11 votos contra três e sequer contou com apoio do PT.

A pauta da Câmara dos Deputados caminha a passos lentos. Depois de 15 dias praticamente parada devido aos festejos carnavalescos, a Casa precisa acelerar o passo para conseguir votar projetos importantes que estão na pauta de votações desde a convocação extraordinária. Os trabalhos da semana passada ficaram prejudicados por causa da votação de dois processos de cassação - dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP).