Título: Campos vai ao quarto turno dia 26
Autor: Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 13/03/2006, País, p. A3

A segunda eleição para prefeito de Campos foi novamente marcada por denúncias de crimes eleitorais, como a compra de votos envolvendo a mulher do ex-prefeito Arnaldo Vianna, Ilsan Vianna. A diferença é que, desta vez, poucos casos foram comprovados. O pleito será decidido em segundo turno, no dia 26, entre Geraldo Pudim (PMDB) e Alexandre Mocaiber (PDT). Na verdade, será o quarto turno das eleições municipais de 2004. Até às 20h30 de ontem, com 92% das urnas apuradas, Pudim tinha 40,8% dos votos e Mocaiber, 40,71% dos votos. Para aumentar a confusão dos campistas, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Marlan de Moraes Marinho, confirmou que há real possibilidade de as eleições serem anuladas. Isso porque o candidato do PMDB, que liderava a disputa por pequena margem de votos, ainda depende de decisão favorável do tribunal para que seja confirmado como candidato. Em maio do ano passado, a juíza eleitoral de Campos, Denise Appolinária, condenou Pudim à inelegibilidade por três anos. Ele concorreu com o amparo de uma liminar do TRE.

¿ É possível que ocorra esta terceira eleição. O TRE fez cumpriu a lei, que diz que quando for julgada a representação, devem ser marcadas novas eleições. E nós julgamos. Agora, cabe ao TSE julgar os recursos ¿ disse Marinho.

Ao contrário do que fez em 2004, o presidente do PMDB do Rio, Anthony Garotinho, buscou se manter mais afastado da eleição em sua cidade natal. Ele evitou, inclusive, acompanhar o candidato Geraldo Pudim durante o dia de votações. Desta vez, foram contra o pedetista Alexandre Macaiber as principais denúncias nas eleições de ontem. Até o ano passado, ele era presidente da Câmara de Vereadores, mas com a anulação do pleito de 2004 e o afastamento do prefeito eleito, Carlos Alberto Campista, Mocaiber assumiu o posto.

A detenção de Ilsan Vianna, mulher do patrono político de Mocaiber, ocorreu depois de a Polícia Federal receber denúncias de que ela estaria fazendo propaganda eleitoral irregular. No carro dela, foram encontradas cerca de 20 camisas do candidato. No distrito de Ururaí, um homem foi preso com 27 comprovantes de votação e R$ 250 em espécie. Além disso, havia uma lista com o nome de supostos eleitores que teriam vendido seus votos para o candidato do PDT.

O candidato do PT, Makhoul Moussallem, surpreendeu ocupando a terceira posição no pleito, com 10,52% dos votos até às 20h30, à frente do deputado federal, Paulo Feijó (PSDB), com 7,97% dos votos.

A preocupação da Polícia Militar com o segundo turno é grande. A polarização entre os candidatos do PMDB e do PDT deve acirrar os ânimos, como em 2004. Foi no segundo turno daquele pleito que aconteceram as denúncias de fraudes que vieram a invalidar as eleições.