Título: Ressaca da eleição em Campos
Autor: Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 14/03/2006, País, p. A2

Depois da intensa disputa eleitoral dos últimos dias, Campos acordou ontem de ressaca. Nas ruas, não se via os militantes pagos nem carros de som. Apesar do clima ameno, a comemoração no PDT, do prefeito Alexandre Mocaiber, era grande. No PMDB, de Geraldo Pudim, o clima era fúnebre.

A vitória por apenas 5.374 votos, 2,3 pontos percentuais, abalou a confiança peemedebista. Na manhã, ao ir votar, o presidente do PMDB do Rio, ex-governador Anthony Garotinho estava tão animado que chegou a brincar: ''O Pudim está uma delícia!''. A receita eleitoral do PMDB parece, no entanto, ter desandado. Agora, o risco de perder o segundo turno é grande, basta que o adversário consiga repetir 2004.

Naquela eleição, Pudim venceu o primeiro turno com 82.345 votos, 14.135 a mais que o segundo colocado, o pedetista Carlos Alberto Campista. No segundo turno, no entanto, Campista venceu. Saltou de 68.210 votos no primeiro turno para 131.363 no segundo. Pudim ficou com 109.309 votos. Ou seja, enquanto o pedetista cresceu 93% no segundo turno, Pudim subiu apenas 33%.

PMDB e PDT tentam agora consolidar alianças com os derrotados PSDB, PT, PFL e PV. Feliz com o resultado de ontem, Alexandre Mocaiber diz que já está conversando com os derrotados de ontem.

- Não esperávamos esses votos todos. Tenho certeza da vitória. A rejeição do grupo de Pudim e Garotinho é muito grande - comemorou Mocaiber.

No início da tarde de ontem, Pudim já estava no escritório de seu advogado Elson Oliveira. Durante a semana, o PMDB afirmou que, de acordo com suas pesquisas, teria de 47% a 53% dos votos. Ontem, Pudim protestava contra o resultado:

- O resultado deles é inflado, pela pesquisa não passariam de 22%. O que pode levar a essa mudança? Compra de votos.