Título: Aprovada acareação de Okamotto com ex-petista
Autor: Hugo Marques
Fonte: Jornal do Brasil, 16/03/2006, País, p. A4

A CPI dos Bingos aprovou uma acareação entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e Paulo de Tarso Venceslau. Ex-militante petista, Paulo de Tarso acusou Okamotto de fazer caixa dois para o PT em prefeituras desde 1993. O presidente do Sebrae, que também é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse ter pago em 2004 uma dívida de R$ 29,4 mil de Lula. O dinheiro foi registrado na prestação de contas do partido de 2003.

Na ocasião em que falou à CPI, Okamotto afirmou que quitou a dívida de Lula em dinheiro por orientação do então tesoureiro do partido Delúbio Soares. A CPI também aprovou requerimento para que o ex-tesoureiro seja convocado para depor.

Novas suspeitas de irregularidades contra Okamotto surgiram nas últimas semanas. Além da dívida de Lula, ele também quitou em 2002 um débito de R$ 26 mil da filha do presidente, Lurian Cordeiro Lula da Silva. Okamotto doou ainda R$ 24,84 mil para a campanha de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, à Prefeitura de São Bernardo, em 2004.

A CPI já tentou e não conseguiu que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizasse a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Okamotto.

Entre os argumentos utilizados pela CPI para justificar a necessidade de quebra dos sigilos de Okamotto estava a entrevista dada pelo ex-deputado Roberto Jefferson para o jornal O Estado de S.Paulo que disse que ''a ligação pessoal, de pagar as contas do presidente, da filha do presidente, se dá através'' do presidente do Sebrae. Jefferson afirmou que se quebrar o sigilo de Okamotto, a situação do presidente Lula pode se complicar