Título: Polêmica no PMDB
Autor: Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 16/03/2006, País, p. A6

O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, classificou ontem como ''uma traição'' e ''quartelada'' as ações dos governistas do PMDB para adiar as prévias presidenciais do partido, marcadas para domingo. Apoiado pelo outro pré-candidato, o governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, ele conseguiu substituir o líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PB), por seu aliado Waldemir Moka (MS). Garotinho reuniu as assinaturas de 45 dos 82 deputados para promover a troca. O presidente do partido, Michel Temer, disse que está mantida para as 11h de hoje a reunião da Executiva, solicitada pelos governistas. Eles brigam para que as prévias aconteçam só depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regra das coligações das alianças para as eleições.

- São pessoas a serviço do governo. Isto é a mão oculta do governo tentando interferir na vida do PMDB - reagiu Garotinho.

Rigotto também atacou a tentativa da ala governista de impedir as prévias.

- É uma violência contra a base do PMDB. Se adiasse as prévias, coisa que eu não acredito, seria uma tremenda violência que mancharia definitivamente a imagem do partido - disse.

Apesar de confirmar a reunião da executiva para hoje, Michel Temer não quis antecipar se haverá quórum para deliberações.

A Executiva é composta por 16 integrantes, sendo necessários nove votos para aprovar o adiamento das prévias presidenciais no PMDB.