Título: Paulo Octávio lança programa
Autor: Eruza Rodrigues e Rosane Garcia
Fonte: Jornal do Brasil, 16/03/2006, Brasília, p. D1

Na acirrada disputa pela indicação do PFL à sucessão do Palácio do Buriti, o senador Paulo Octávio, presidente regional do partido, antecipou ontem a divulgação do seu plano de governo para o Distrito Federal. O round anterior foi protagonizado pelo deputado José Roberto Arruda, também pré-candidato ao governo local, que se licenciou da Câmara para mergulhar na campanha visando às eleições de outubro. O plano de governo de Paulo Octávio foi apresentado pelo ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, chamado a compor a equipe de planejamento do senador.

No pequeno auditório, no primeiro subsolo do Hotel Kubitschek Plaza, cerca de 100 pessoas disputavam espaço para acompanhar a explanação de Taniguchi. A agitação era grande.

Não foram só lideranças comunitárias e empresários que prestigiaram o lançamento. A líder de governo na Câmara Legislativa, Eliana Pedrosa (PFL), também compareceu ao evento. Segundo a parlamentar, o processo de escolha dentro do partido deve tomar um novo rumo, depois da escolha do governador de São Paulo, Geraldo Alckin (PSDB), para disputar à Presidência da República. Como pefelistas e tucanos estão alinhados no plano nacional, é provável que o nome do candidato para suceder o governador Joaquim Roriz seja divulgado antes das prévias.

- Os dois pré-candidatos do PFL demonstraram que estão fazendo um planejamento para Brasília. O senador apresentou um plano de governo de forma estruturada e agora vai colher as sugestões da população - disse Pedrosa.

Antes de bater o martelo, a distrital disse que o partido esperará a posição do PMDB, que ainda não decidiu se terá candidatura própria ao Palácio do Planalto. As prévias estão marcadas para domingo, mas a ala governista do partido quer adiar as prévias. Depois da definição partidária e do julgamento da verticalização pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Pedrosa acredita que Roriz se posicionará.

- O apoio do governador é importante. O processo está caminhando no sentido de repetir as alianças firmadas nas eleições de 2002 - afirmou a líder.

O senador Paulo Octávio disse que a decisão dos tucanos paulistas tinha prazo pré-estabelecido, forçada pela agenda eleitoral, que impõe 31 de março como data-limite para desincompatibilização para os ocupantes de cargos no Executivo.

- Vamos esperar o julgamento da verticalização pelo Supremo e o apoio de Roriz para ver se teremos candidatura única no DF - afirmou o senador, acrescentando que se o PMDB tiver candidato à Presidência da República não será possível fazer aliança em Brasília.

Cargo - Quem foi à solenidade em apoio ao senador foi o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Adelmir Santana. Primeiro suplente de Paulo Octávio, ele assumirá a vaga quando o pefelista pedir licença de 121 dias para intensificar o contato com as bases eleitorais, como antecipou o Jornal do Brasil.

Segundo ele, o presidente regional da legenda tem mais condições de emplacar a candidatura do que o deputado federal licenciado José Roberto Arruda, que também está na disputa interna.

- O senador não é obrigado a sair, mas adiantou que quer ter mais tempo livre para a campanha. As questões sobre sucessão ficarão mais claras após o dia 31, prazo final estabelecido pela Justiça Eleitoral para a desincompatibilização dos cargos no Executivo. Estamos aguardando ainda a posição de Roriz e o resultado da verticalização para apressar o processo. Nossa agremiação tem os melhores nomes - afirmou Santana.