Título: PFL empurra para abril decisão de aliança com PSDB
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 20/03/2006, País, p. A4

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), pediu ontem mais algumas semanas ao governador paulista e candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, para definir se os dois principais partidos da oposição estarão juntos já no primeiro turno. A decisão passa pelo Rio de Janeiro.

- O prefeito Cesar Maia pediu um tempo para verificar se estrategicamente seria melhor ter dois candidatos (um do PSDB e outro do PFL) ou a coligação já no primeiro turno. Vamos examinar para que durante abril cheguemos a um resultado comum - disse Bornhausen depois de almoçar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes.

Cesar, que na quinta-feira afirmou não ter restrições a uma coalizão com o governador paulista para tentar derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro, havia manifestado anteriormente que só abriria mão da sua candidatura caso o prefeito de São Paulo, José Serra, fosse ungido para a disputa pelo PSDB. No quadro atual, Cesar Maia está sendo pressionado a sair candidato ao governo do Rio para que Alckmin tenha um palanque forte no estado. Na pesquisa JB/IBPS mostrada ontem, os números mostram que o prefeito do Rio é o único capaz de tornar a coligação realmente com capacidade de competir.

Alckmin falou sobre os palanques estaduais ao dizer que tem grande estima pelo senador catarinense e o partido presidido por ele, lembrando a necessidade de alianças do PSDB com os pefelistas nos governos estaduais e municipal para reforçar a proximidade entre as duas siglas. Bornhausen concordou com o governador com entusiasmo.

-Se progredirmos, como eu acho que é provável, até porque a coligação é auto-explicável, vamos preparar um documento sobre pontos básicos para um programa de governo e começar a trabalhar no sentido de conquistar um melhor resultado na eleição - declarou o senador, ressaltando que é preciso mais tempo para ''conseguir equacionar todos os problemas''.

Bornhausen disse que a discussão entre o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE) e o vice-líder do PFL na Câmara Pauderney Avelino (AM), que trocaram agressões verbais na Câmara dos Deputados na semana passada, já foi contornado.

Mais cedo, Alckmin apelou à escritora Cecília Meireles para definir o desencontro entre os dois parlamentares: ''A gente só briga com quem a gente ama'' .

O casamento entre os partidos pode ainda não estar selado, mas além de estar bem encaminhado, diz Bornhausen, ele não vai depender das pesquisas eleitorais, que colocam Alckmin bastante atrás de Lula.

- Isso não é importante neste momento.