Título: Investimento a caminho
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 20/03/2006, Economia & Negócios, p. A19

A petroquímica Unipar vai investir US$ 110 milhões até 2008 para ampliar a capacidade instalada da Carbocloro, fabricante de soda e produtos à base de cloro instalada em Cubatão (SP). Aprovado na última reunião do Conselho Administrativo da empresa da família Geyer, ocorrida na sexta-feira, o investimento tem por objetivo atender à demanda crescente pelas matérias-primas utilizadas na fabricação de químicos como soda cáustica. Com o aporte, a produção anual da empresa aumentará em cerca de 100 mil toneladas, ao passar de 252 mil toneladas para 352 mil toneladas/ano.

O presidente da Unipar, Roberto Dias Garcia, revelou que a inclusão desse novo empreendimento no portfólio de investimentos do grupo fará com que o total de desembolsos previstos pelo plano estratégico da empresa para até 2008 aumente de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,6 bilhão. Esse plano, que tem por objetivo duplicar o tamanho do grupo até 2010, também inclui as duas etapas da expansão da Petroquímica União (PQU), central de matérias-primas de Capuava (SP), e da Polietilenos União, também localizada em São Paulo.

- A expansão da Carbocloro se justifica pelo fato de a empresa operar, hoje, a plena carga, com condições perfeitas de equilíbrio ambiental - afirmou o executivo. A Carbocloro obteve uma receita líquida de R$ 632,7 milhões em 2005, 22,3% maior que no ano passado. No mesmo período, a companhia obteve uma geração de caixa (Ebitda) de R$ 281,2 milhões, 44,4% maior que a de 2004.

Outros investimentos em vista, como a segunda etapa da expansão da PQU - de cerca de 700 mil toneladas/ano para cerca de 1 milhão de toneladas -, dependem ainda de um acerto com a Petrobras, a única fornecedora de matérias-primas petroquímicas do país. Sem dar detalhes, Garcia afirmou que as negociações têm se desenrolado ''de forma positiva''.

Com relação ao cenário econômico, o executivo informou que o grupo trabalha com as perspectivas de um crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, assim como de um preço do petróleo no mesmo patamar do ano passado (US$ 60 o barril). A redução das taxas de juros, segundo ele, contribuirão para aquecer a atividade econômica e, conseqüentemente, as vendas de termoplásticos.