Título: Unipar lucra R$ 185 milhões em 2005
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 20/03/2006, Economia & Negócios, p. A19

Uma combinação de fatores que inclui câmbio apreciado, petróleo em alta e juros na estratosfera reduziu em 9% o lucro líquido da Unipar, que passou de R$ 204,047 milhões, em 2004, para R$ 185,7 milhões no ano passado. Apesar do desempenho abaixo do esperado, a petroquímica da família Geyer não só alcançou o segundo maior lucro de sua história, como também atingiu o melhor resultado em 2005 entre as empresas que atuam nesse setor, no Brasil. A queda no lucro foi atenuada pelos números favoráveis da Carbocloro - joint-venture que produz soda cáustica e itens à base de cloro, formada por Unipar e Occidental Chemical Corporation - que alcançou no mesmo período o maior resultado de sua história (R$ 171,3 milhões), 43,8% superior ao do ano anterior.

O presidente da Unipar, Roberto Dias Garcia, afirmou que os preços do petróleo tiveram maior peso para o resultado negativo da companhia no ano passado. A nafta, derivado do petróleo e principal matéria-prima do setor, aumentou 25% entre 2004 e 2005 e 18%, ao longo do ano passado. No mesmo período, os preços do barril no mercado internacional mantiveram-se na média em US$ 55.

No quarto trimestre de 2005, a Unipar obteve lucro líquido de R$ 46,6 milhões, 28,1% inferior ao alcançado no mesmo período de 2005. Apesar da queda do lucro anual, no ano passado a empresa obteve uma receita líquida 6% superior à de 2004. No período, a receita aumentou de R$ 2,2 bilhões para R$ 2,3 bilhões, apesar de uma ligeira queda de 1% nas vendas das resinas termoplásticas produzidas pelas controladas. Isso foi possível com o aumento dos preços desses produtos.

- O resultado foi possível graças à combinação de empresas que formam a Unipar (PQU, Polietilenos União, Rio Polímeros, Carbocloro, União Terminais e União Comercial). Enquanto umas tiveram desempenho inferior, outras apresentaram resultados superiores, que compensaram as quedas - justificou Garcia, que minimizou o impacto do atraso no início das operações da Rio Polímeros.

No quarto trimestre, a Unipar foi obrigada a aportar R$ 46 milhões no empreendimento, o que elevou para R$ 113,7 milhões o total de recursos alocados na Rio Polímeros - holding controladora do Pólo Gás-químico - no ano. Desde o início do projeto, só a Unipar investiu R$ 483 milhões para torná-lo viável, o que fez com que seu valor saltasse de US$ 1,08 bilhão para R$ 1,155 bilhão. Embora a Suzano - que também é sócia do projeto - tenha anunciado que discutirá com as construtoras possíveis indenizações à Rio Polímeros pelo atraso nas obras, o executivo da Unipar disse que isso não faz parte das prioridades da empresa da família Geyer.

Os produtos fabricados pela Carbocloro favoreceram o resultado da empresa, segundo Garcia. Como são regidos por preços internacionais - que estão em alta -, a empresa encontra pouca resistência na hora de repassar seus custos para o mercado. Um projeto de expansão foi aprovado na mesma reunião do Conselho que ratificou os números do grupo.