Título: Aldo insiste em votar redução de gastos
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/03/2006, País, p. A4

Apesar de não haver medida provisória trancando a pauta, é quase impossível o plenário da Câmara concluir, ainda nesta semana, a votação do projeto de lei destinado a reduzir gastos de campanha. Considerado um dos principais itens da pauta deste ano, o projeto teve apenas o chamado texto básico aprovado. Falta a análise dos destaques. Com a Câmara paralisada por causa da crise política, e a agenda da Casa tomada por processos de cassação de mandato, os deputados alegam que querem aguardar a definição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a verticalização antes de discutir os destaques do projeto. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), deve reunir-se hoje à tarde com os líderes de partido. Tentará buscar consenso para manter a votação da proposta como primeiro item da pauta. Algumas legendas já condicionaram a votação à derrubada da verticalização, que daria liberdade para que as coligações partidárias nos estados não seguissem, obrigatoriamente, as alianças fechadas para a eleição presidencial. Ontem, Aldo recebeu os ministros do STF Gilmar Mendes e Cézar Peluso. Segundo assessores, tratou-se apenas de uma visita informal.

Também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mendes teria pedido pressa na votação da segunda etapa da reforma do Judiciário. Teria ainda defendido a regulamentação de pontos da primeira etapa da reforma. Mendes negou que tivesse conversado com Aldo sobre a determinação do STF em manter a verticalização. Os pedidos do ministro do Supremo terão de entrar em extensa lista de votações da Casa.

A Câmara também não deve votar nesta semana outros projetos considerados prioritários, como a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. A falta de acordo pode resultar numa pauta muito enxuta, que deve levar dois ou três projetos mais simples para votação. Entre eles, a criação da Timemania, já aprovado pelo plenário do Senado. Para amanhã, está prevista a votação, em plenário, dos processos de cassação de mandato dos deputados João Magno (PT-MG) e Wanderval Santos (PP-SP).