Título: Samambaia abrigará aterro sanitário
Autor: Eruza Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 21/03/2006, Brasília, p. D3

O Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal (Conam) aprovou ontem, por unanimidade, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do novo aterro sanitário, em Samambaia. Em dez dias, o Serviço de Conservação dos Monumentos Públicos e de Limpeza Urbana do Distrito Federal (Belacap), órgão responsável pelo empreendimento, deverá receber a licença prévia. - A aprovação do conselho é um passo significativo para a construção do novo aterro. Se a empresa cumpridas todas as etapas e conquistar as três licenças ambientais, incluindo a de operação, o Lixão da Estrutural será desativado - disse o subsecretário de de Meio Ambiente, Fernando Fonseca.

A produção diária de lixo no Distrito Federal totaliza 2 mil toneladas, das quais cerca de 50% são lixo orgânico, que serão levados para duas usinas de compostagem - Asa Sul e Ceilândia. O objetivo é evitar que lixo seco e molhado se misturem no futuro aterro sanitário.

A Secretaria de Meio Ambiente reconhece que não será fácil operacionalizar essa divisão e poderá enfrentar dificuldades no início.

A expectativa é de que, até o final do ano, o terreno de aproximadamente 107 hectares, esteja pronto para receber o lixo seco e os entulhos do DF. O aterro sanitário terá uma vida útil de 20 anos e não aceitará os resíduos orgânicos, servirá apenas de depósitos para os rejeitos inaproveitáveis. A medida, segundo Fonseca, é uma forma de incentivar a reciclagem dos materiais.

A proposta apresentada e aprovada é diferente da implantada na área do Jóquei, na Estrutural. Não será um espaço aberto onde o lixo fica apodrecendo ou é queimado. No aterro, os resíduos são jogados no solo e depois recebem uma cobertura de terra, para ficarem livres do contato com o ar. Na tentativa de impedir a contaminação do ambiente, o terreno é impermeabilizado para que os líquidos e os gases sejam drenados.

Delimitação - Antes de autorizar o empreendimento na área entre a DF-180 e a Estação de Tratamento de Esgoto Melchior, quatro locais foram analisados. Após cerca de 20 perfurações, fixaram os limites do aterro, levando em consideração aspectos como a distância das cidades, a proximidade do lençol freáticos e a condição do solo. A poligonal delimitada, inicialmente, abrigava nascentes que poderiam ser degradas.

Em audiência pública realizada na Câmara Legislativa no ano passado, moradores de Samambaia disseram que não foram consultados sobre a possibilidade de ter um lixão na cidade. A comunidade teme o mau cheiro e a desvalorização dos imóveis. Fernando Fonseca afirmou, no entanto, que não haverá prejuízos.

- O lixo não ficará exposto e o aterro prevê o tratamento do chorume e a drenagem dos gases - explicou o subsecretário.

Depois de implantado em Samambaia, o Lixão da Estrutural deixará de funcionar, uma vez que tem 30 anos e está no final de sua vida útil. O próximo passo será o tratamento do chorume que ficará na área do Jóquei e a recuperação das proximidades do Parque Nacional de Brasília, que sofreu agressões ambientais.