Título: Guerra fiscal à vista na luta por refinaria
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Fonte: Jornal do Brasil, 24/11/2004, Economia & Negócios, p. A-20

Petrobras prevê para 2012 inauguração de nova unidade

A decisão sobre a nova refinaria da Petrobras poderá desencadear uma verdadeira guerra fiscal entre os vários estados interessados. Ontem, o gerente-executivo de Abastecimento da estatal, Alan Kardek Pinto, disse que a decisão sobre a região onde será instalada uma nova refinaria dependerá dos incentivos fiscais concedidos pelos governos. Segundo Pinto, a Petrobras não entrará sozinha no projeto. Ao contrário, quer ser minoritária e só participará se conseguir um parceiro que assuma a maior parte do negócio. Mesmo assim, uma das exigências da estatal é de que o óleo processado na nova unidade deverá ter sido produzido nos campos de exploração brasileiros.

A nova refinaria vai processar petróleo nacional e deverá entrar em operação em 2012, ao contrário do previsto até então, e terá uma capacidade de até 200 mil barris diários de petróleo. Os investimentos previstos oscilam entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões.

Desse total, a Petrobras deverá aportar, no máximo, US$ 1 bilhão, conforme previsto no planejamento estratégico da companhia. Um possível parceiro, entre as empresas que já procuraram a estatal, segundo o executivo da Petrobras, é a venezuelana PDVSA.

Pinto participou, ontem, de um seminário promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) no Rio de Janeiro.

A questão em relação ao prazo para a construção da refinaria é um tema que gera polêmica. Enquanto a Petrobras projeta 2012 como data para o início das operações da nova refinaria, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre Szklo, afirmou, no mesmo seminário, que, sem uma nova refinaria, em 2010 o país passará a ser um grande importador de nafta, matéria-prima essencial para o setor petroquímico, e de óleo diesel, combustível utilizado pelos caminhões responsáveis pela maior parte do transporte de cargas no país.